sábado, janeiro 29, 2011

Descobrindo a Bélgica

Primeiro, não existe um idioma belga. As pessoas falam dois idiomas: na metade norte do país, o holandês (mais puro que o da Holanda, sem misturas com o inglês); e na metade sul, o francês. A explicação está em que o país abriga duas comunidades de origens diferentes, a flamenga (ao norte) e a vala (ao sul).

Segundo, a Bélgica é reconhecida como sendo o verdadeiro país das batatinhas fritas (e não a Holanda, nem a França). Também é o país da cerveja (dizem haver um tipo diferente para cada dia do ano), como também do chocolate (mais forte e amargo do que o suíço).

A Bélgica é um país que parece ser formado por uma mistura de outros países e culturas, principalmente da Holanda, França e Alemanha. Em área, é um pouco menor do que a Holanda; é também menos populoso, tendo em torno de 10 milhões de habitantes, enquanto que a Holanda tem 16. A arquitetura belga recebeu muita influência da Holanda, mas é mais diversificada. Os prédios antigos são estreitos e retangulares, com grandes janelas, como na Holanda. Tem, também, muitas igrejas e prédios, muitos deles públicos, em estilo romano e gótico. Encontram-se, ainda, alguns prédios em estilo clássico, com grande colunas, como a Bolsa de Valores de Bruxelas.

No período entre os séculos XVI e XVIII, a Bélgica pertenceu ao Império Espanhol. Em 1815, o país foi anexado à Holanda; 16 anos depois, em 1831, tornou-se independente. Atualmente, Bélgica, Holanda e Luxemburgo formam o Benelux, que constitui uma região sem barreiras alfandegárias.

Uma estranha peculiaridade do povo belga é a diferença entre a cultura do norte e do sul do país. A proximidade com outros países, assim como o clima e a trajetória histórica, influenciaram de forma diferente cada região (como também acontece e pode ser percebido no Brasil, com suas diferentes regiões e sub-regiões). Na metade norte da Bélgica, mais próxima da Holanda, a maioria das pessoas fala inglês, além de holandês e francês. Já na metade sul, mais próxima da França, eles gostam mesmo é do francês e não se interessam muito por outros idiomas, inclusive o holandês e inglês.

Nas escolas belgas, é obrigatório o ensino dos dois idiomas mais falados, francês e holandês, além de um terceiro, que pode ser inglês ou alemão. Percebe-se, assim, que os belgas constituem um povo bastante aberto ao mundo, e culto.

Mas nem todos são bilíngües. Há cerca de um ano atrás, aconteceu um acidente de trens porque os motoristas não conseguiram se comunicar pelos fones. Um deles falava somente holandês, e o outro, francês; não se entenderam e o resultado foi que os trens acabaram se chocando de frente, e sete pessoas foram mortas, além de muitos outros prejuízos.

Bruxelas

Bruxelas é a capital da Bélgica; é também a cidade mais populosa do país; tem ares de cosmopolita, com muitos empreendimentos e prédios modernos. Há alguns anos, refletindo a predisposição do povo belga para a mudança, arrojo e abertura para a Europa e o mundo, Bruxelas assumiu o papel de Centro da União Européia.

Mesmo sendo uma cidade grande, Bruxelas carrega muito da história do país e da Europa nos seus prédios antigos, ainda que alguns estejam mal conservados. O melhor da sua arquitetura está no centro da cidade.

A Grandplace, ponto famoso da cidade, é uma espécie de praça circundada por prédios antigos, em estilo barroco. No século XII, era o centro político e econômico da cidade. Em 1695, a praça foi destruída e levou 4 anos para ser reconstruída, ficando novamente pronta em 1700. Hoje, alguns prédios servem de sedes do governo, de museus, hotéis e lojas. Realmente, a praça é surpreendente; e os prédios, maravilhosos. De noite, a praça ganha um clima muito especial com a iluminação dos prédios e o show de luzes. Também é comum ocorrerem apresentações culturais e shows de música, como pode ser visto por imagens seguintes. Durante a noite, o centro de Bruxelas é muito movimentado, com muitos turistas circulando. Existem variados bares, restaurantes, pubs e discotecas, para todos os gostos .

Uma curiosidade em Bruxelas é o Manneken Pis Fountain, que é uma pequena estátua de bronze com um menininho urinando, que data de 1619. Existem várias lendas a respeito da estátua, que até já virou ponto turístico importante. De qualquer forma, me lembrei de um boneco que existia no Brasil quando eu era criança, chamado Manequinho. Agora descobri o porquê do nome.

Outra beleza de Bruxelas é a Cathedrale Saint-Michel; foi iniciada em 1220, em estilo gótico. Os vitrais, do século XVI, são lindos. Para quem gosta de museus, no Parque do Cinqüentenário existe um museu sobre a história militar do país, outro museu sobre a história da arte belga, e mais outro de automóveis.

Bruges

Esta cidade é famosa na Europa, em função de possuir um ar medieval. Todas as casas são em estilo europeu, assim como as “places”, comuns em toda Bélgica. As "places" são espécies de praças, mas sem jardins ou bancos, com prédios importantes em toda volta. São belíssimos os prédios da prefeitura, que data de 1420; e da St,Saviour’s Cathedral, do século XII. Bruges é circundada por um canal que servia de proteção à cidade (na época, também chamada de "burgo") durante a Idade Média. No canal, na entrada para a cidade, ainda existem pórticos e moinhos bem antigos.

Bruges é uma cidade muito antiga, que data do século IX. Ela se tornou um dos centros comerciais da Europa a partir do século XI, graças ao seu acesso direto para o mar. Era famosa pela sua produção de tecidos, que eram exportados para toda Europa. Também foi abrigo do primeiro prédio para intercambiar mercadorias e dinheiro no mundo, na casa da família Van der Beurse, que constituía um clã na área mercantil. O nome Beurse deu origem a palavra "beurs", que em holandês significa comércio internacional e que foi incorporada por diferentes idiomas do mundo.

No século XV, as artes e atividades bancárias floresceram enormemente em Bruges, a partir da vinda dos Duques de Borgonha. A cidade virou morada para pintores famosos e nessa época foram construídas algumas de suas atrações, como o prédio da prefeitura, a Igreja Old Lady, o mausoléu de Maria de Borgonha, além de igrejas e prédios comerciais.

Com o passar do tempo e com os “vai-e-vens” da política, Bruges foi perdendo seu poder comercial. Enquanto isso, Antwerp (Antuérpia), cidade belga mais ao norte, que hoje é o segundo maior porto da Europa, vindo depois do de Rotterdam, foi ganhando ascendência como entreposto comercial. A perda foi tanta que, durante o século XIX, Bruges se tornou uma cidade pobre e atrasada; começou, então, a assumir outro papel, pela valorização da sua história, monumentos e cultura. Hoje, Bruges é conhecida em todo o mundo como um dos pólos turísticos da Europa. No corrente ano, a cidade constitui a capital da cultura européia e sede de muitas atrações.

Gent

Nesta cidade, situa-se uma da principais universidades da Bélgica. É menos turística, mas também possui excepcionais pontos turísticos de valor; pessoalmente, acho que não perde em nada para Bruges. Igrejas, "places", canais, antigas casas da época medieval e até um castelo, chamado Het Gravensteen (The Castle of Counts!), que foi construído por Philip, da Alsácia, em 1180. Situa-se no centro da cidade, e é possível visitar seu interior (estudantes têm desconto), conhecer seus cômodos, celeiros e fortes. É muito legal. Dentro do castelo, existe uma exposição de armas medievais, com armaduras, espadas (gigantes!) e espingardas. É incrível como eles eram caprichosos, as armas eram repletas de detalhes. Também existe uma exposição da tortura, onde se pode conhecer os objetos que eles usavam para torturar os criminosos e prisioneiros. A catedral Sint Baafskathedraal vale a pena ser visitada. Além de muito bonita por fora, contendo uma mistura de estilo gótico com romanesco, o seu interior é repleto de pinturas e peças antigas. O orgão de música data de 1653; e o púlpito, de 1741.

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