segunda-feira, agosto 22, 2016

XENOGLOSSIA

Xenoglossia ou mediunidade poliglota é a faculdade pela qual o médium se expressa, oral ou graficamente, por meio de idioma que não conhece na atual encarnação. 


Xenoglossia (do grego xenom = estranho, estrangeiro + glossa = língua).

Conforme Ernesto Bozzano, pesquisador da metapsíquica, informa, na Introdução de seu livro Xenoglossia, que o termo foi criado pelo fisiologista Charles Robert Richet para identificar o fenômeno no qual pessoas falam em línguas que eles e, geralmente, o público presente ignoram, porém que se tratam de línguas existentes hoje ou que existiram no passado. Richet teve o intuito de distinguir de modo preciso, a mediunidade poliglota propriamente dita, pela qual os médiuns falam ou escrevem em línguas que eles ignoram totalmente e, às vezes, ignoradas de todos os presente, dos casos afins, mas radicalmente diversos, de “glossolalia”, nos quais os pacientes sonambúlicos falam ou escrevem em pseudolíngua inexistentes, elaboradas nos recessos de suas subconsciências, pseudolínguas que não raro se revelam orgânicas, por serem conformes às regras gramaticais.

Graças aos fenômenos de “xenoglossia”, se deve considerar provado que, nas experiências mediúnicas, intervém entidades espirituais extrínsecas ao médium e aos presentes.

Bozzano não ignora que os propugnadores, a todo custo, da origem subconsciente de toda a fenomenologia matapsíquica, por meio das hipóteses de que dispunham, formularam timidamente uma outra que se denomina “memória ancestral” (criptomnésia), segundo a qual os médiuns seriam aptos a conversar numa língua inteiramente desconhecida deles, desde que algum de seus antepassados houvesse pertencido ao povo cuja língua eles falam. Nesse caso fora de presumir-se que as condições mediúnicas fazem brotar, das estratificações de uma hipotética “memória ancestral”, subconsciente, o conhecimento pleno do idioma falado pelo ascendente do médium. A bem da história, importa lembrar que a hipótese da “ memória ancestral” foi sugerida originariamente pela doutora russa Maria Manaceine, porém com o intuito muito limitado de explicar um outro fenômeno mnemônico bastante discutido: o da emersão de lembranças de acontecimentos que na realidade nunca se deram na vida daquele que os recorda, fenômeno que Manaceine, depois de Letourneau, procurou explicar, estendendo a influência da lei de hereditariedade também aos da memória, mas unicamente sob a forma da emergência fragmentária de fatos sucedidos aos antepassados.

O professor Richet considera “verdadeiro milagre” o fenômeno de falar em línguas ignoradas e não tenta diminuir a imensa importância teórica do fato, em sentido espiritualista.

No seu livro Xenoglossia, Ernesto Bozzano coloca vários exemplos dos diversos tipos de mediunidade poliglota.

Para a parapsicologia, a mente humana tem uma faculdade ilimitada de aprender qualquer coisa através de seu inconsciente, portanto a xenoglossia seriam um fenômeno natural que ocorre em certas pessoas, em momentos de euforia, excitação, transe, etc., sem haver necessariamente nenhuma ligação com o sobrenatural, ou seja, o fenômeno tem um fundo anímico, pois é provocado pelo subconsciente do indivíduo.

Doutrina Espírita vem desmistificar o tema Xenoglossia, pois ela é cercada de incompreensão e de ignorância, pois é somente compreendida de uma forma mágica ou dogmática, o fenômeno sempre existiu em todas as épocas da nossa humanidade e o Espiritismo vem aclarar usando a fé raciocinada. A Doutrina Espírita comprova que somos espíritos imortais, e que tivemos muitas reencarnações, sendo assim aprendemos muitas línguas em diversos lugares que habitamos.

Podemos então afirmar que não são apenas os tratados e monografias que registram os fenômenos citados. O Velho e o Novo Testamento são ricos em comunicações xenoglóssicas.


1- CLASSIFICAÇÃO: 

A mediunidade poliglota pode ser classificada da seguinte maneira:

a- Falante (pela incorporação ou na materialização);

b- Audiente;

c- Escrevente (psicografia ou tiptologia);

d- Voz direta;

e- Escrita direta (mãos visíveis ou invisíveis).


a- Falante
b- Audiente 


Xenoglossia falante é a em que o médium, incorporado, fala em qualquer idioma, seja inglês ou francês, latim ou hebraico, sem conhecer estas línguas. Pode, também, ouvir os Espíritos em outros idiomas.

Em exemplo dado no livro de Bozzano, Caso de Laura Edmonds que era apta a falar automaticamente em dez línguas diversas, que totalmente ignorava, sem compreender, ao demais, o significado do que ela mesmo dizia. Daí ressalta claramente a diferença que há entre os estados sonambúlicos e as condições de possessão mediúnica. Quer dizer também, que no primeiro caso, a faculdade supranormal da “leitura do pensamento” torna apto o sonâmbulo a compreender perguntas formuladas em línguas que desconhecida, mas que não existia na sua subconsciência nenhuma faculdade capaz de fazê-lo conhecer o que nunca aprendera, decorrendo daí que não podia exprimir-se em língua que ignorava. Contrariamente, no caso de Laura Edmonds, o aparente milagre se produzia por ser ela médium em condições de possessão mediúnica, o que significa que na realidade quem fala por seu intermédio não é a sua personalidade e sim uma entidade espiritual que se apossa momentaneamente de sua laringe.

c- Escrevente 


Os casos de psicografia de mensagens, cartas, possibilidade de grafados caracteres estranhos, em lousas ou paredes.

d- Voz direta (Pneumatofonia)
e- Escrita direta 


Nas experiências de “voz direta”, o de “xenoglossia” é fenômeno mais ou menos freqüente, tão freqüente que quase não há bons “médiuns” dessa natureza, que não tenham oferecido e não continuem a oferecer notáveis exemplos do aludido fenômeno.

As comunicações mediúnicas por meio da “voz direta” se prestam de modo muito especial à exteriorização das conversações poliglotas, o que, presumivelmente, se deve atribuir á circunstância de permitir, essa forma de mediunidade, que a entidade comunicante se mantenha bastante independente do psiquismo do “médium”, para ficar em condições de exprimir-se numa língua que este último ignora. Isso na maioria das vezes não seria possível com a “psicografia”, porquanto esta se produz mediante a transmissão telepática do pensamento da entidade comunicante ao “médium”, que o traduz subconscientemente na sua língua, salvos os casos em que aquele entidade consegue influenciar mais ou menos diretamente, no “médium” os centros cerebrais da linguagem falada ou escrita.

2- CASOS 

Um livro mais atual psicografado por Francisco Cândido Xavier, autoria de André Luiz em um de seus capítulos trata do mesmo assunto – Xenoglossia. O livro “Nos Domínios da Mediunidade”, o capítulo 23 – Fascinação, André Luiz vai assistir a um trabalho de desobsessão junto com Hilário dirigente espiritual que orienta André sobre o que se passa na reunião. Um senhora fica envolvida por um espírito de forma muito agressiva e explica ser um caso de fascinação. No decorrer do capítulo em questão o espírito manifesta-se num linguajar que os presentes não entendiam.

O mentor Espiritual deteve-se durante alguns minutos a auscultar o cérebro do comunicante e o da médium, como a lhe sondar o mundo íntimo e, sem seguida relato o que se passa.

“A desavença vêm de longa distância no tempo”.

Nosso infeliz irmão fala um antigo dialeto da velha Toscana ( Itália), onde, satisfazendo a obsidiada de hoje, se fez cruel estrangulador. Era legionário de Ugo, o poderoso duque de Provença ( França),. No século X e para satisfazer a mulher que amava teve a infelicidade de aniquilar os próprios pais. Tem o coração como um vaso transbordante de fel.

André questiona:- “Estamos no Brasil e a obsidiada ensaiava frases num dialeto já morto. Estamos à frente de um caso de mediunidade poliglota ou xenoglossia, é um caso de sintonia e não apenas mediunidade. Contudo, se a doente não lhe houvesse partilhado da experiência terrestre, como legitima associada de seu destino, poderia o comunicante externar-se no dialeto com que se caracteriza?

Positivamente não esclareceu Aulus e conclui mais adiante, em mediunidade há também o problema da sintonia no tempo. E podemos acrescentar prolongando um pouco mais este assunto que o mesmo ocorre com psicógrafos que têm pouca instrução, os espíritos vão buscar no subconsciente a arte da escrita e retida no arquivo da memória, cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar.

O que é sintonia no tempo? É o processo pelo qual a mente humana, ligando-se ao pretério distante, provoca a emersão, das profundezas subconscienciais, de expressões variegadas e multiformes que ali jazem adormecidas. 

A subconsciência é o porão da individualidade. Lá se encontram guardados todos os valores intelectuais e conquistas morais acumulados em várias reencarnações, como fruto natural de sucessivas experiências evolutivas.

Só pode ser médium poliglota aquele que já conheceu, noutros tempos, o idioma pelo qual se expresse durante o transe.

A criatura que, noutras encarnações, não conheceu o latim, não pode, mediunizada, expressar-se por ele. É o que se depreende, por sinal com muita lógica da explicação do Assistente Aulus:

“Quando um médium analfabeto se põe a escrever sob o controle de um amigo domiciliado em nosso plano, isso não quer dizer que o mensageiro espiritual haja removido milagrosamente as pedras da ignorância. Mostra simplesmente que o psicógrafo traz consigo, de outras encarnações, a arte da escrita já conquistada e retida no arquivo da memória, cujos centros o companheiro desencarnado consegue manobrar.”

Não basta, por conseguinte, ser médium para receber comunicações em outras línguas.

É preciso tê-las conhecido no passado ou conhecê-las no presente.

Em o livro dos “Médiuns”, 2ª parte, capitulo XIX – papel dos médiuns nas comunicações, item 223, questão 17: “A aptidão de certos médiuns para escreverem numa língua estranha não provém do fato de a terem usado noutra existência conservando-a de forma intuitiva?” Certamente isto pode acontecer, mas não é regra. O espírito pode, com algum esforço, superar momentaneamente a resistência material. É o que se verifica quando o médium escreve, na própria língua, palavras que não conhece. Final do item 225 “ quando o espírito se exprime numa língua familiar ao médium encontra as palavras já formadas e prontas para traduzir suas idéias. Se o faz numa língua estrangeira não dispõe das palavras, mas apenas das letras. É então, que o espírito se vê obrigado a ditar, por assim dizer, letra por letra, exatamente como quiséssemos fazer escrever em alemão uma pessoa que nada soubesse dessa língua”. Bozzano afirma então que a entidade influencia diretamente no médium os centros cerebrais da linguagem falada ou escrita, denominando isso de possessão mediúnica.

É de tradição considerar possessão como um fenômeno que só ocorre com espíritos com grau evolutivo pequeno, entretanto, vejamos quanto a possibilidade da possessão ser utilizada pelos bons espíritos, encontramos na Gênese o seguinte no capítulo XIV item 48: “ A obsessão é sempre o fato de um espírito malfazejo. A possessão pode ser o fato de um bom espírito que quer falar e para fazer mais impressão sobre os seus ouvintes, empresta o corpo de um encarnado, que lhe empresta voluntariamente o corpo como empresta a sua roupa. Isto se faz sem nenhuma perturbação ou mal-estar, e, durante esse tempo, o espírito se encontra em liberdade, como no estado de emancipação, e, o mais frequentemente, se coloca ao lado de seu substituto para escutá-lo”.


A MEDIUNIDADE NO APOSTOLADO 


Um fato, que reputamos como de inquestionável ocorrência da mediunidade, aconteceu logo depois da morte de Jesus, quando os discípulos reunidos receberam “como que línguas de fogo” e começaram a falar em línguas, de tal sorte que, apesar da heterogeneidade do povo que os ouvia, cada um entendia o que falavam em sua própria língua. Fato extraordinário registrado no livro Atos dos Apóstolos, desta forma: “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos eles estavam reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho como o sopro de um forte vendaval, e encheu a casa onde eles se encontravam. Apareceram então umas como línguas de fogo, que se espalharam e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo, e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem. Acontece que em Jerusalém moravam judeus devotos de todas as nações do mundo. Quando ouviram o barulho, todos se reuniram e ficaram confusos, pois cada um ouvia, na sua própria língua, os discípulos falarem”. (Atos 2, 1-6).

Aqui podemos identificar o fenômeno mediúnico conhecido como xenoglossia. Fato semelhante aconteceu, um pouco mais tarde, nomeado como o Pentecostes dos pagãos: “Pedro ainda estava falando, quando o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a Palavra. Os fiéis de origem judaica, que tinham ido com Pedro, ficaram admirados de que o dom do Espírito Santo também fosse derramado sobre os pagãos. De fato, eles os ouviam falar em línguas estranhas e louvar a grandeza de Deus...” (At 10, 44-46). 

HELENA PETROVNA BLAVATSKY



Foi uma das figuras mais notáveis do mundo no último quartel do século XIX. Ela abalou e desafiou de tal modo as correntes ortodoxas da Religião, da Ciência, da Filosofia e da Psicologia, que é impossível ficar ignorada. Foi uma verdadeira iconoclasta - ao rasgar e fazer em pedaços os véus que encobriam a Realidade. Mas, porque estivesse a maioria presa às exterioridades convencionais, tornou-se o alvo de ataques e injúrias, pela coragem e ousadia de trazer à luz do dia aquilo que era blasfêmia revelar. Lenta mas seguramente, os anos se encarregaram de fazer-lhe justiça. Apesar das invectivas, considerava-se feliz por trabalhar "a serviço da humanidade', e deu provas de sabedoria ao deixar que as futuras gerações julgassem a sua magnífica obra (1).

Helena Petrovna Hahn nasceu prematuramente à meia-noite de 30 para 31 de julho (12 de agosto pelo calendário russo) de 1831, em Ekaterinoslav, na província do mesmo nome, ao sul da Rússia. Tão estranhos foram os incidentes ocorridos na hora do seu nascimento e por ocasião do seu batismo, que os serviçais da família lhe predisseram uma existência cheia de tribulações.

Helena foi uma criança voluntariosa, oriunda de uma linhagem tradicional de homens e mulheres influentes e poderosos. A história dos seus antepassados é a história mesma da Rússia. Séculos atrás, os nômades eslavos erravam através da Europa central e oriental. Tinham formas de governo próprias; mas, quando se estabeleceram em Novgorod, fracionaram-se em feudos, que se desavieram entre si, não sendo possível chegarem a uma conciliação.

Chamaram em seu auxílio Rurik (862 A.D. ), chefe de uma das tribos errantes de "Russ", homens do Norte ou escandinavos, que andavam à cata de mercado e procurando estender o seu domínio. Rurik veio e organizou em Novgorod o primeiro governo civil, que se constituiu em um centro opulento de comércio com o Oriente e o Ocidente. Foi ele o primeiro soberano e reinou pelo espaço de quinze anos. Durante sua vida, o filho Igor e o sobrinho Oleg consolidaram-lhe o domínio no Oeste e no Sul. Kiev tornou-se um grande Principado, e aquele que o governava era virtualmente o soberano da Rússia. 

Ao longo dos séculos, os descendentes de Rurik ampliaram as suas conquistas e a sua autoridade sobre todo o país. Vladimir I (m. 1015) escolheu o Cristianismo como religião do seu povo, e o chamado "paganismo" desapareceu. Yaroslav o Sábio (m. 1034) elaborou Códigos e os "Direitos Russos"- O sexto filho de Vladimir II (1113-24) foi Yuri, o ambicioso ou "dolgorouki". Este apelido persistiu como título de família. Yuri fundou Moscou, e sua dinastia deu origem aos poderosos Grão-Duques, cujos governos se caracterizaram por lutas violentas entre eles próprios. As hordas mongóis, em 1224, tiraram partido das divergências e sujeitaram os grupos turbulentos que se rivalizavam em sede de poder e posição. Mas Ivan III, um Dolgorouki, libertou-se em 1480 do jugo mongol; e Ivan IV exigiu ser coroado Czar, arrogando-se a autoridade suprema. Com a morte de seu filho terminou a longa e brilhante dinastia dos Dolgorouki. Mas a família ainda exercia influência nos dias dos Romanoff, até a morte da avó da Senhora Blavatsky, a talentosa e culta Princesa Elena Dolgorouki, que se casou com André Mikaelovitch Fadeef, o "mais velho" da linhagem Dolgorouki, da qual os Czares Romanoff eram considerados um dos ramos "mais novos".

Vê-se, pois, que a família de Helena pertencia à classe superior, na Rússia, com tradição e dignidade a preservar, sendo conhecida em toda a Europa. Helena era uma rebelde, e desde a infância sempre manifestou desprezo pelas convenções, o que não a impedia de compreender que as suas ações não deviam molestar a família, nem ferir-lhe a honra. Seu pai, o Capitão Peter Hahn, descendia de velha estirpe dos Cruzados de Mecklemburg, os Rottenstern Hahn. Em virtude de, aos onze anos de idade, haver perdido a mãe, mulher inteligente e devotada à literatura, Helena passou a adolescência em companhia de seus avós, os Fadeef, em um antigo e vasto solar de Saratov, que abrigava muitos membros da família e grande número de criados e servidores, por ser o seu avô Fadeef governador da província de Saratov.

A natureza de Helena estava fortemente impregnada de uma inata capacidade psíquica, de tal modo que constituía sua característica predominante. Ela se dizia (e o demonstrava) dotada da faculdade de comunicar-se com os habitantes de outras esferas ou mundos invisíveis e sutis, e com os entes humanos que consideramos "mortos". Essa potencialidade natural foi posteriormente disciplinada e desenvolvida. Sua educação recebeu a influência da posição social da família e dos fatores culturais então imperantes. Assim, ela era hábil poliglota e tinha excelentes conhecimentos musicais; de sua erudita avó herdou o senso científico e a experiência; e partilhava dos pendores literários que pareciam correr nas veias da família.

Em 1848, com a idade de 17 anos, Helena contraiu matrimônio com o General Nicephoro Von Blavatsky, governador da província de Erivan, que era um homem já entrado em anos- Existem muitas versões sobre a razão desse casamento; que não foi do seu agrado, ela o demonstrou desde o primeiro momento- Após três meses, abandonou o marido e fugiu para a casa da família, que a encaminhou ao pai. Receando ser obrigada a voltar para o General Blavatsky, tornou a fugir, no caminho; e durante vários anos correu o mundo em viagens cheias de aventuras. 0 pai conseguiu comunicar-se com ela e fez-lhe remessa de dinheiro. Ao que parece, manteve-se ela ausente da Rússia o tempo suficiente para poder legalizar a sua separação do marido.

Em 1851 Helena, agora Senhora Blavatsky ou H. P. B., teve o seu primeiro encontro físico com o Mestre, o Irmão Mais Velho ou Adepto, que fora sempre o seu protetor e a havia preservado de sérios perigos em suas irrequietas travessuras da infância. A partir desse momento, passou ela a ser a sua fiel discípula, obedecendo-lhe inteiramente à influência e diretiva. Sob a orientação do Mestre, aprendeu a controlar e dirigir as forças a que estava submetida em razão de sua natureza excepcional. Essa orientação conduziu-a através de várias e extraordinárias experiências nos domínios da "magia" e do ocultismo. Aprendeu a receber mensagens dos Mestres e a transmiti-Ias aos seus destinatários, e a enfrentar valentemente todos os riscos e incompreensões no seu caminho. Seguir o rastro de suas peregrinações durante o período desse aprendizado é vê-Ia em constante atividade pelo mundo inteiro. Parte do tempo ela o passou nas regiões do Himalaia, estudando em mosteiros onde se conservam os ensinamentos de alguns dos Mestres mais esclarecidos e espirituais do passado. Estudou a Vida e as Leis dos mundos ocultos, assim como as regras que devem ser cumpridas para o acesso a eles. Como testemunho desse estágio de sua educação esotérica, deixou-nos uma primorosa versão de axiomas espirituais em seu livro The Voice of Silence (A Voz do Silêncio).



Em 1873, H. P. Blavatsky viajou para os Estados Unidos da América, a fim de trabalhar na missão para a qual fora preparada. A alguém de menos coragem a tarefa havia de parecer impossível- Mas ela, uma russa desconhecida, irrompeu no movimento espiritualista, que então empolgava tão profundamente a América e, em menor escala, muitos outros países. Os espíritos científicos ansiavam por descobrir o significado dos estranhos fenômenos, e se defrontavam com dificuldades para abrir caminho em meio às numerosas fraudes e mistificações. De duas maneiras tentou H. P. B- explicá-los: 1.° pela demonstração prática de seus próprios poderes; 2.° afirmando que havia uma ciência antiqüíssima das mais profundas leis da vida, estudada e preservada por aqueles que podiam usá-la com segurança e no sentido do bem, seres que em suas mais altas categorias recebiam a denominação de "Mestres", embora outros títulos também lhes fossem conferidos, como os de Adeptos, Chohans, Irmãos Mais Velhos, Hierarquia Oculta, etc.

Para ilustrar suas afirmações, H.P.B. escreveu Isis Unveiled (Ísis sem Véu), em 1877, e The Secret Doctrine (A Doutrina Secreta), em 1888, obras ambas "ditadas" a ela pelos Mestres. Em Ísis sem Véu lançou o peso da evidência colhida em todas as Escrituras do mundo e em outros anais contra a ortodoxia religiosa, o materialismo científico e a fé cega, o ceticismo e a ignorância. Foi recebida com agravos e injúrias, mas não deixou de impressionar e esclarecer o pensamento mundial.

Quando H. P. B. foi "enviada" aos Estados Unidos, um de seus objetivos mais importantes consistiu em fundar uma associação, que foi formada sob a denominação de THE THEOSOPHICAL SOCIETY (Sociedade Teosófica), "para pesquisas e difundir o conhecimento das leis que governam o Universo"'. A Sociedade apelou para a "fraternal cooperação de todos os que pudessem compreender o seu campo de ação e simpatizassem com os objetivos que ditaram a sua organização" a. Essa "fraterna cooperação" tornou-se a primeira das Três Metas do trabalho da Sociedade, as quais foram durante muitos anos enunciadas nestes termos:

Primeira - Formar um núcleo de Fraternidade Universal na Humanidade, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor.

Segunda - Fomentar o estudo comparativo das Religiões, Filosofias e Ciências.

Terceira - Investigar as leis inexplicáveis da Natureza e os poderes latentes do homem.

Foi recomendado à Senhora Blavatsky que persuadisse o Coronel Henry Steel Olcott a cooperar com ela na formação da Sociedade. Era um homem altamente conceituado e muito conhecido na vida pública da América, e tanto ele como H. P. B. tudo sacrificaram em prol da realização da tarefa que os Mestres lhes haviam confiado.

Ambos foram para a índia em 1879, e ali construíram os primeiros e sólidos alicerces do seu trabalho. A Sociedade expandiu-se rapidamente de país em país; sua afirmação de serviço pró-humanidade, a amplitude de seu programa, a clareza e a lógica de sua filosofia e a inspiração de sua orientação espiritual ecoaram de modo convincente em muitos homens e mulheres, que lhe deram o mais firme apoio. H. P. B. foi investida pelos Mestres com a responsabilidade de apresentar ao mundo a Doutrina Secreta ou Teosofia: ela era a instrutora por excelência; ao Coronel Olcott foi delegada a incumbência de organizar a Sociedade, o que ele fez com notável eficiência. Como era natural, esses dois pioneiros encontraram a oposição e a incompreensão de muita gente; especialmente H. P. B. Mas ela estava preparada para o sacrifício. Como escreveu no Prefácio de A DOUTRINA SECRETA: "Está acostumada às injúrias, e em contato diário com a calúnia; e encara a maledicência com um sorriso de silencioso desdém."

A fase mais brilhante e produtiva de H. P. B. foi talvez a que se passou na Inglaterra entre os anos de 1887 e 1891. Os efeitos do injusto Relatório da "Sociedade de Investigações Psíquicas" ( 1885) acerca dos fenômenos que ela produzia, assim como os dos ataques desfechados pelos missionários cristãos da índia, já haviam em parte desaparecido. Ao seu incessante labor de escrever, editar e atender à correspondência, somava-se a tarefa de formar e instruir discípulos capazes de dar prosseguimento à sua obra. Para este fim, organizou, com a aprovação oficial do Presidente (Coronel Olcott), a Seção Esotérica da Sociedade Teosófica. Em 1890 contava-se em mais de um milhar o número de membros que se achavam sob a sua direção em muitos países.

A DOUTRINA SECRETA se define por seu próprio título. Expõe "não a Doutrina Secreta em sua totalidade, mas um número selecionado de fragmentos dos seus princípios fundamentais". 1º) Mostra: que é possível obter uma percepção das verdades universais, mediante o estudo comparativo da Cosmogonia dos antigos; 2º) proporciona o fio que conduz à decifração da verdadeira história das raças humanas; 3°) levanta o véu da alegoria e do simbolismo para revelar a beleza da Verdade; 4º) apresenta ao intelecto ávido, à intuição e à percepção espiritual os "segredos" científicos do Universo, para sua compreensão. Segredos que continuarão como tais enquanto não forem entendidos. 

H. P. B. faleceu a 8 de maio de 1891, deixando à posteridade o grande legado de alguns pensamentos dos mais sublimes que o mundo já conheceu. Ela abriu as portas, há tanto tempo cerradas, dos Mistérios; revelou, uma vez mais, a verdade sobre o Homem e a Natureza; deu testemunho da presença, na Terra, da Hierarquia Oculta que vela e guia o mundo. Ela é reverenciada por muitos milhares de pessoas, porque foi e é um farol que ilumina o caminho para as alturas a que todos devem ascender.
Josephine Ransom
Adyar, 1938

Definindo o Ocultismo

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A Águia Bicéfala

A Águia Bicéfala

Provavelmente, é o símbolo maçônico mais facilmente reconhecido no mundo, até mesmo mais importante que o Compasso e o Esquadro. A maioria das pessoas assume que esses duas aves são águias, mas tal suposição seria mortalmente errada. Essas duas aves são a Fênix da antiga mitologia egípcia. Veja a explicação do autor maçônico Manly P. Hall, Trigésimo Terceiro Grau, K. T., em seu livro, The Phoenix: An Illustrated Review of Occultism and Philosophy [A Fênix: Uma Análise Ilustrada do Ocultismo e da Filosofia]. Antes de iniciarmos, acho muito interessante observar que, ao usar esse título, Hall está admitindo que a Maçonaria é ocultista.

"Entre os antigos, uma ave fabulosa chamada Fênix foi descrita pelos primeiros escritores... em tamanho e forma ela lembra uma águia, mas com certas diferenças. O corpo da Fênix é coberto por penas roxas macias e brilhantes e as plumas em sua cauda são azuis e vermelhas, alternadamente. A cabeça é de cor clara, e em torno do pescoço há um colar de plumagem dourada. Na parte de trás, nas costas, a Fênix tem um chumaço de penas de cor brilhante... Dizem que vive por 500 anos e, na sua morte, seu corpo se abre e uma nova Fênix recém-nascida aparece. Por causa desse simbolismo, é considerada um símbolo da imortalidade e da ressurreição... A Fênix é um sinal das ordens secretas do mundo antigo e dos iniciados nessas ordens, pois era comum referenciar uma pessos que tinha sido aceita nos templos como um homem nascido duas vezes, ou renascido. A sabedoria confere uma nova vida, e aqueles que tornam-se sábios são renascidos." [pg. 176-177]

Vamos parar aqui para examinar a falsa experiência satânica do "novo nascimento". Os maçons, como todos os ocultistas, chamam seus iniciados que completaram a iniciação, de "renascidos". Nunca vou esquecer quando George Bush estava em sua campanha presidencial em 1988; ele estava sendo entrevistado pela apresentadora Barbara Walters em um programa na televisão e ela lhe fez uma pergunta que o pegou desprevinido. "O senhor é cristão?" Bush, visivelmente hesitante, abaixou seus olhos por um momento e depois respondeu, "Se por cristão você está perguntando se sou 'renascido', então sim, sou um cristão". Aquilo me chamou a atenção, pois nenhum cristão realmente nascido de novo teria analisado suas palavras com tanto cuidado. No entanto, um ocultista, que Bush certamente é, devido a sua participação na sociedade secreta Skull and Bones [Caveira e Ossos] na Universidade de Yale, responderia exatamente daquele modo. Os ocultistas afirmam serem nascidos de novo, e têm um êxtase religioso quando o espírito de Lucifer visita-os na iniciação.

Agora, vamos retornar à discussão sobre a ave Fênix. Veja a explicação dada por uma feminista radical, Barbara Walker, em seu livro ocultista, Now Is The Dawning [Agora é a Alvorada], pg 281: "Os egípcios acreditavam que a Fênix representava um deus que "subia ao céu na forma de uma estrela da manhã, como Lucifer, após sua morte por imolação no fogo e ressurreição..."

Uau! Em uma única curta e simples frase, temos a prova conclusiva que a Fênix é um símbolo de Lucifer!

Veja agora o testemunho de outro ex-feiticeiro, William Schnoebelen [hoje um cristão nascido de novo e autor de Maçonaria, do Outro Lado da Luz, publicado no Brasil pela editora Luz e Vida, tradução de Lucian Benigno] em seu livro Satan's Door Revisited, pg. 4, "Acreditava-se que a Fênix, de Bunnu, era uma ave divina, dos tempos do Egito antigo... Essa Fênix destrói-se nas chamas e depois renasce das cinzas. A maioria dos ocultistas crê que a Fênix seja um símbolo de Lucifer que foi lançado nas chamas e que... um dia, se levantará triunfante. Essa crença também está relacionada com a ressurreição de Hirão-Abi, o 'Cristo' maçônico".

Para evitar que a maioria das pessoas associasse a águia maçônica com a antiga Fênix, os maçons mudaram a Fênix para uma águia, e começaram a referenciá-la como Águia. No entanto, dois autores maçônicos esclarecem sobre essa mudança no simbolismo.

Manly P. Hall, em seu livro, The Lost Keys of Freemasonry (As Chaves Perdidas da Maçonaria), afirma, "Esses eram os imortais a quem o termo 'fênix' era aplicado, e seu símbolo era a misteriosa ave bicéfala, agora chamada de águia, um emblema maçônico familiar, porém pouco compreendido." [pg. 108; ênfase adicionada]

Albert Pike, em Magnum Opus, escreve, "... a águia era o símbolo vivo do deus egípcio Mendes... e o representante do Sol..." [pg. XVIII]

Em uma sentença, vemos a admissão que a ave Fênix da antiga mitologia egípcia satânica foi modificada na águia maçônica e depois Pike admite que a águia é o símbolo do deus Sol e do deus de Mendes, ambos símbolos satânicos comuns de Satanás/Lucifer!

Lembre-se também do significado satânico da frase que aparece abaixo da figura das águias - "DEUS MEUMQUE JUS". Como explicado no artigo anterior, essa é uma típica frase satânica em latim, "que significa que os maçons estão usando métodos ocultistas, por meio de Lucifer, para alcançar seus direitos e justiça."

Fonte: Tabernaculonet.com
http://danizudo.blogspot.com.br/2010/09/o-significado-da-aguia-bicefala-no.html

Teoria: o Real, o Simbólico e o Imaginário por Žižek

O Real

Segundo , o "Real" é um termo que corresponde a um conceito bastante enigmático, e não deve ser equiparado com a realidade, uma vez que a nossa realidade está construída simbolicamente; o real, pelo contrário, é um núcleo duro, algo traumático que não pode ser simbolizado (isto é, expressado com palavras). O real não tem existência positiva; só existe como abstrato. Porém, não consiste em algo externo à realidade: é o próprio núcleo da realidade que nossa capacidade de simbolização não consegue alcançar. É o que irrompe por entre as brechas da malha simbólica.
Para Žižek, a realidade tem a estrutura de uma ficção. Ou seja, sendo construída a partir da simbolização limitada de um determinado ponto do Real, acaba sendo apenas uma espécie de interpretação da "coisa em si". Sendo assim, o real irrompe em situações as quais tradicionalmente consideramos serem fictícias, como em sonhos e na realidade virtual. No primeiro caso, o sonho permite que entremos em contato com o que há de mais próximo do Real individualmente. No segundo caso, a realidade virtual nos permite que nos manifestemos sem a pressão exercida pelas regras do Simbólico, de modo que um homem tímido pode ser, em um jogo virtual, uma mulher atraente e sedutora.[3]
O Simbólico
Žižek afirma que o simbólico inaugura-se com a aquisição da linguagem. Assim, sucede aquilo de que "um homem só é rei porque os seus súbditos se comportam perante ele como um rei". É a lei que estrutura toda nossa sociedade, ainda que não seja homogênea e, desse modo, igual para cada um dos indivíduos.[3]
O Imaginário
O Imaginário, segundo Žižek, é algo muito semelhante ao Simbólico. Porém, enquanto o Simbólico relaciona-se de forma mais próxima às leis e regras que estruturam a realidade, o Imaginário se liga à questão da imagem, tanto visual, sonora, olfativa, etc. É aquilo que faz com que eu sinta o cheiro de uma rosa e imediatamente traga à minha mente o conceito de rosa, sem, no entanto, ser relacionado aos outros conceitos ideológicos que emergem conjuntamente com essa ideia (o fato de rosas representarem romantismo, de terem conotação sexual, a lembrança de ter ganhado uma rosa etc.) [4]
Todos os níveis estão interligados, de acordo com Jacques Lacan (desde o seminário XX), numa forma de  borromeano, como três anéis enlaçados juntos de maneira tal que, se um deles se desenlaça, o resto também cai.


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