O partido do Kremlin, Rússia Unida, convocou uma votação popular pela internet para decidir sobre a retirada da múmia de Lênin da Praça Vermelha de Moscou e o possível sepultamento definitivo do corpo embalsamado do fundador da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em um cemitério. "Todo mundo sabe que o próprio Lênin não queria nenhum mausoléu. Mas os comunistas desprezaram os desejos do próprio líder e de seus familiares", disse Vladimir Medinski, historiador e deputado do partido governista Rússia Unida (RU).
No site "www.goodbyelenin.ru" os interessados podem responder a pergunta: "Você apoia a ideia de enterrar o corpo de Lênin?"
Até a manhã desta segunda-feira (24), mais de 260 mil pessoas já participaram da votação: 70% votaram a favor da ideia de enterrar Lênin, e 30% foram contra.
A página foi colocada no ar após o 87º aniversário de morte de Vladimir Ilich Ulianov "Lênin" (21 de janeiro de 1924), líder da revolução bolchevique e fundador da União Soviética, cuja desintegração (1991) completa 20 anos em dezembro
"Sua presença como figura central em um mausoléu no coração da Rússia é um absurdo. Poucos são os que entendem que há uma múmia no centro do país", disse o deputado Medinski. Para o autor da iniciativa, os comunistas "precisavam criar um culto que suplantasse a religião e tentaram transformar Lênin em um substituto de Jesus. Mas a coisa não funcionou bem assim".
"É preciso acabar com esta aberração", afirmou Medinski, quem lembrou que a viúva de Lênin, Nadezhda Krupskaya, se opunha à exposição da múmia e sustentava que ele desejava descansar junto de sua mãe e do irmão no cemitério Volkovskoye, de São Petersburgo.
A iniciativa da RU recebeu o imediato apoio da oposição liberal e dos ativistas de direitos humanos, que sempre defenderam retirar a simbologia soviética da vida dos russos.
"A Rússia precisa de uma política de ruptura com o passado soviético. E é preciso começar por enterrar Lênin. Por que não transformamos o mausoléu em um museu sobre as vítimas do Gulag (sistema penal institucional da antiga União Soviética, composto por uma rede de campos de concentração) e dos bolcheviques?", sugeriu Sergey Mitrokhin, líder do partido Yabloko.
O último presidente soviético, Mikhail Gorbachev, mostrou-se convencido de que cedo ou tarde o corpo de Lênin receberá uma sepultura, mas advertiu que "por enquanto não se deve tomar nenhum tipo de medida concreta e muito menos pela força". "A própria sociedade o acabará entendendo."
O líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, classificou as palavras de Medinski de "franca provocação" e disse que a RU "unicamente sabe derrubar monumentos, mudar os nomes das ruas e revolver túmulos". O grupo radical Frente Esquerdista enviou uma carta à Promotoria para que seja aberto um processo penal contra o deputado governista por "semear a discórdia na sociedade e incitar o ódio" em direção aos comunistas.
"Terroristas, tirem as mãos do mausoléu de Lênin", dizia um cartaz dias atrás na Praça Vermelha em posse de um grupo de veteranos nostálgico do antigo regime totalitário. Entre eles, estava Gueorgui Nazarenko, de 93 anos, comunista desde o berço, que nasceu no ano da revolução bolchevique (1917). "Os que querem enterrar Lênin são idiotas. Não têm direito de tocá-lo. Se o fizerem, explodirá uma guerra", declarou à Agência Efe enquanto caminhava pela praça.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, garantiu que Lênin ficará no mausoléu aos pés do Kremlin até que uma maioria de russos manifeste publicamente posição contrária, para evitar uma "cisma" na sociedade.
O chefe do Conselho de Direitos Humanos adjunto ao Kremlin, Mikhail Fedotov, propôs uma alternativa para contentar os dois lados: transformar o mausoléu em museu. "O mausoléu e Lênin são partes de nossa história, por mais trágica que isso possa ser. As pessoas poderiam visitar o mausoléu sabendo que é um museu e não um jazigo (...), como o túmulo de Napoleão no Palácio dos Inválidos de Paris", disse.
Sem contar as ausências em alguns períodos específicos, a múmia de Lênin permanece desde 1º de agosto de 1924 no mausoléu, com exceção dos 1.360 dias da Segunda Guerra Mundial, quando foi levado para Sibéria
No site "www.goodbyelenin.ru" os interessados podem responder a pergunta: "Você apoia a ideia de enterrar o corpo de Lênin?"
Até a manhã desta segunda-feira (24), mais de 260 mil pessoas já participaram da votação: 70% votaram a favor da ideia de enterrar Lênin, e 30% foram contra.
A página foi colocada no ar após o 87º aniversário de morte de Vladimir Ilich Ulianov "Lênin" (21 de janeiro de 1924), líder da revolução bolchevique e fundador da União Soviética, cuja desintegração (1991) completa 20 anos em dezembro
"Sua presença como figura central em um mausoléu no coração da Rússia é um absurdo. Poucos são os que entendem que há uma múmia no centro do país", disse o deputado Medinski. Para o autor da iniciativa, os comunistas "precisavam criar um culto que suplantasse a religião e tentaram transformar Lênin em um substituto de Jesus. Mas a coisa não funcionou bem assim".
"É preciso acabar com esta aberração", afirmou Medinski, quem lembrou que a viúva de Lênin, Nadezhda Krupskaya, se opunha à exposição da múmia e sustentava que ele desejava descansar junto de sua mãe e do irmão no cemitério Volkovskoye, de São Petersburgo.
A iniciativa da RU recebeu o imediato apoio da oposição liberal e dos ativistas de direitos humanos, que sempre defenderam retirar a simbologia soviética da vida dos russos.
"A Rússia precisa de uma política de ruptura com o passado soviético. E é preciso começar por enterrar Lênin. Por que não transformamos o mausoléu em um museu sobre as vítimas do Gulag (sistema penal institucional da antiga União Soviética, composto por uma rede de campos de concentração) e dos bolcheviques?", sugeriu Sergey Mitrokhin, líder do partido Yabloko.
O último presidente soviético, Mikhail Gorbachev, mostrou-se convencido de que cedo ou tarde o corpo de Lênin receberá uma sepultura, mas advertiu que "por enquanto não se deve tomar nenhum tipo de medida concreta e muito menos pela força". "A própria sociedade o acabará entendendo."
O líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, classificou as palavras de Medinski de "franca provocação" e disse que a RU "unicamente sabe derrubar monumentos, mudar os nomes das ruas e revolver túmulos". O grupo radical Frente Esquerdista enviou uma carta à Promotoria para que seja aberto um processo penal contra o deputado governista por "semear a discórdia na sociedade e incitar o ódio" em direção aos comunistas.
"Terroristas, tirem as mãos do mausoléu de Lênin", dizia um cartaz dias atrás na Praça Vermelha em posse de um grupo de veteranos nostálgico do antigo regime totalitário. Entre eles, estava Gueorgui Nazarenko, de 93 anos, comunista desde o berço, que nasceu no ano da revolução bolchevique (1917). "Os que querem enterrar Lênin são idiotas. Não têm direito de tocá-lo. Se o fizerem, explodirá uma guerra", declarou à Agência Efe enquanto caminhava pela praça.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, garantiu que Lênin ficará no mausoléu aos pés do Kremlin até que uma maioria de russos manifeste publicamente posição contrária, para evitar uma "cisma" na sociedade.
O chefe do Conselho de Direitos Humanos adjunto ao Kremlin, Mikhail Fedotov, propôs uma alternativa para contentar os dois lados: transformar o mausoléu em museu. "O mausoléu e Lênin são partes de nossa história, por mais trágica que isso possa ser. As pessoas poderiam visitar o mausoléu sabendo que é um museu e não um jazigo (...), como o túmulo de Napoleão no Palácio dos Inválidos de Paris", disse.
Sem contar as ausências em alguns períodos específicos, a múmia de Lênin permanece desde 1º de agosto de 1924 no mausoléu, com exceção dos 1.360 dias da Segunda Guerra Mundial, quando foi levado para Sibéria
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