quinta-feira, julho 29, 2010

Fada madrinha!

Tenho certeza de que hoje é um daqueles dias de sensibilidade e lágrimas. Ah! É complicada essa minha vida, vivo mais de aparências do que de realidade. Ah! já sou uma mulher e nunca fui pedida em casamento. Meus relacionamentos começam bem, mas acabam em platonismo de minha parte. Nunca duram muito. Minha vida profissional é frustrada. Eu achei que minha vida ia ser diferente. Eu tinha planos. Tudo mudou e eu nem sei como isso aconteceu.
Na minha cabeça a cada dia aparece um cabelo branco. Estão quase transformando a tonalidade de loiro mel para grisalho. Nunca tive tanto medo da vida. Não tenho pra onde ir e nem com quem contar. Mas eu me esforço tanto. Hoje eu recebi a notícia de que passei em primeiro lugar no curso de designer de interiores. A matrícula é até amanhã. Não devo fazer. Não tenho o dinheiro da matrícula. Queria que a vida fosse diferente. Ai... seria tão bom se as fadas madrinhas existissem de verdade...

quarta-feira, julho 28, 2010

Um homem inteligente falando das mulheres

Um homem Inteligente Falando das Mulheres



O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.

Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'

Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

1. Habitat

Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

2. Alimentação correta

Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

3. Flores

Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

4. Respeite a natureza

Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

5. Não tolha a sua vaidade

É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.

6. Cérebro feminino não é um mito

Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

Não faça sombra sobre ela

Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.

E meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.

Só tem mulher, quem pode!

quinta-feira, julho 22, 2010

Escrito nas Estrelas 21-07-2010 quarta-feira parte 1 SoNovela

Namoro e relacionamento

A diferença de idade é um problema?


Nos últimos tempos, percebo que é grande o número de mensagens que têm como tema principal a diferença de idades em um casal. A grande maioria dessas mensagens é escrita por mulheres com mais de 40 anos. Elas se mostram indignadas com os homens de sua faixa etária, que, segundo dizem, só querem se relacionar com moças muito mais jovens. Essas mensagens são tão numerosas que, em um dado momento, o Seja + chegou a parecer um fórum de discussões: uma se referia à mensagem da outra, concordava ou discordava de algo, e acrescentava informações sobre a experiência vivida. Essas mesmas mulheres mostram-se confusas e até um pouco assustadas com o interesse que homens muito mais jovens têm por elas. Em sua maioria, dizem que não querem uma relação com alguém que teria idade para ser seu filho. Muitas imaginam que esses rapazes devem estar interessados em sua estabilidade financeira.
Não são todas, no entanto, as que rejeitam esse tipo de relação. Há muitas outras mulheres que não estão preocupadas com o interesse dos homens mais velhos pelas mais jovens. Nesses casos, são elas, mulheres maduras que se vêem envolvidas com rapazes muito mais novos. Quando nos escrevem, a maior parte mostra-se assustada com a diferença de idade. Muitas questionam-se – e nos questionam – se a atração por alguém muito mais jovem é "normal", se o relacionamento pode ter futuro e o que esses jovens podem estar buscando com esse tipo de relação. Embora sintam-se atraídas por rapazes, parece haver algo que as "proíbe" (ou tenta proibir) de sentirem atração, como se estivessem fazendo algo errado.
Vemos, então, que as diferenças de idade podem causar indignação, rejeição, atração, medo e tantos outros sentimentos. Independentemente da reação que essas relações despertam, a quantidade de mensagens sobre esse assunto aponta para sua maior frequência nos dias de hoje. Mas o que levou a esse aumento? Por que antes era algo mais raro e hoje vem se tornando cada vez mais comum? Entre tantos outros, posso enxergar pelo menos dois motivos para isso. Vamos a eles:
A valorização da juventude. A juventude, na cultura ocidental, vem sendo cada vez mais valorizada. Ser jovem é quase um sinônimo de ser belo(a). É isso o que dizem os comerciais de TV, e é nisso que muitos acreditam. Dizer a uma pessoa adulta que ela parece mais jovem é recebido como um elogio. Ao sabermos a idade de uma pessoa que já passou dos 60, por exemplo, frequentemente dizemos, surpresos: "nossa, mas você está muito bem!". É como se esperássemos que ela estivesse mal por causa de sua idade. Toda essa valorização do jovem e a associação entre juventude e beleza fazem com que muitos – homens e mulheres – sintam-se mais atraídos por pessoas muito mais jovens que eles. Se o belo é o jovem, é natural que ele seja buscado quando se deseja ter um relacionamento.
Maior liberdade de escolha. Se compararmos a realidade dos nossos dias à de tempos passados, perceberemos com facilidade que hoje há uma maior liberdade para se escolher alguém para se relacionar. Antigamente os casamentos não passavam de contratos entre duas famílias. O sentimento e a afeição não eram um critério de escolha, e os próprios noivos pouco tinham a opinar sobre seu matrimônio. Se fosse interessante a ambas as famílias, o casamento era combinado. Hoje a realidade é bastante diferente. As escolhas são feitas com base no amor e na afinidade. Não há um padrão ou um critério rígido que determine o que é certo e o que é errado. Essa possibilidade de escolher abre caminhos para relações de todos os tipos: entre pessoas de diferentes raças, classes sociais, idades, entre outros. Ainda que muitos ainda vejam essas relações com preconceito, elas são permitidas. A liberdade de escolha leva diversas pessoas a se permitirem se relacionar com outras independentemente de serem muito mais velhas ou mais jovens.
Entendidos pelo menos dois motivos para o aumento da quantidade de relações entre pessoas de faixas etárias muito diferentes, surge a pergunta: o que as pessoas buscam nesses relacionamentos? Vou tentar examinar o lado de cada um nas relações entre homens mais velhos e mulheres mais novas, e entre homens mais jovens e mulheres mais velhas. Antes, porém, se fazem necessárias duas ressalvas. A primeira delas é que cada caso é um caso, e que não podemos generalizar e dizer que todos buscam o mesmo nesses tipos de relacionamento. Vou expor algumas ideias, o que não significa que sejam uma regra geral ou algo que se aplique a todos. A segunda ressalva é quanto à ideia, muito difundida hoje em dia, de que jovens procuram relacionamentos com pessoas mais velhas buscando estabilidade financeira. Isso pode ser verdade em alguns casos, mas não seria justo com a maioria generalizar e considerar tantas pessoas como interesseiras. Por isso, a única menção ao interesse financeiro foi esta. Dito isso, vamos tentar pensar o que buscam aqueles que se envolvem com pessoas de idades muito diferentes.
Mulheres mais novas que se interessam por homens mais velhos. Muitas dessas mulheres pensam que homens mais velhos são mais maduros e têm maior estabilidade emocional. Consideram que eles não têm tantas dúvidas quanto os mais jovens, e sabem melhor o que desejam para suas vidas. Tudo isso transmite uma sensação de segurança buscada por muitas mulheres em suas relações. Algumas dizem que os mais velhos sabem tratar uma mulher melhor do que os mais jovens, pois são mais atentos e gentis.
Homens mais velhos que se interessam por mulheres mais novas. A juventude, tão idealizada nos dias de hoje, é um dos aspectos que faz gerar a atração de homens mais velhos por mulheres mais jovens. Aqui não se trata apenas da juventude delas, mas também da deles. Estar com uma mulher jovem muitas vezes faz com que se sintam também mais jovens. Muitos procuram se cuidar mais, fazem exercícios e dietas, e assim acabam realmente parecendo mais novos. Além disso, homens maduros encontram nas moças uma maior disponibilidade sexual. Enquanto muitas mulheres mais velhas mostram-se sexualmente conservadoras, com pouca vontade de inovar, as mais jovens frequentemente gostam de variar.
Homens mais novos que se interessam por mulheres mais velhas. Muitos homens mais jovens consideram as mulheres mais velhas mais tolerantes e compreensivas. Isso é especialmente verdadeiro em relação à iniciação sexual. Alguns homens se sentem cobrados por mulheres de suas faixas etárias, como se precisassem mostrar segurança e firmeza todo o tempo. As mais velhas seriam mais flexíveis e entenderiam melhor suas dúvidas e inseguranças. Além disso, muitos homens consideram que a experiência de vida dessas mulheres as levaram a ser mais seguras em relação às suas escolhas. Elas sabem o que querem e são práticas, e por isso são consideradas interessantes.
Mulheres mais velhas que se interessam por homens mais novos. Em geral as mulheres que têm esse tipo de relação consideram os homens mais jovens mais carinhosos e espontâneos que os de sua faixa etária. Isso acontece por eles não terem sofrido tantas desilusões, como muitos homens mais velhos, e por isso se defendem menos nas relações. Além disso, sua disposição e a energia que possuem geralmente são um ponto a favor. Muitas mulheres pensam que relações desse tipo têm mais emoção e que os homens mais jovens são mais companheiros que os mais velhos.
Independentemente das diferenças de idade que possa haver entre um e outro, o importante é lembrar que, entre dois adultos, "qualquer maneira de amor vale à pena", como disse Milton Nascimento em sua bela música. Não há relacionamentos "certos" e outros "errados". O "certo", nesse caso, é que os dois estejam felizes. Mesmo se essa felicidade incomode a outras pessoas.

Casais perfeitos

Não sei quanto a vocês, mas eu desconfio de casais perfeitos. Minha experiência sugere que eles não existem. Ao fim do meu relacionamento mais longo, que tinha se tornado intolerável, amigos próximos diziam: “Nossa, vocês pareciam tão bem”... Na minha segunda relação duradoura, que foi mais feliz, as pessoas comentavam, ao final: “Ah, mas vocês eram tão diferentes...”. Nos dois casos, ninguém tinha percebido nada. Na primeira vez parecia harmonioso e não era. Na outra havia aparência de conflito, mas ele não existia.

Com base nessa limitada experiência, casais que transpiram felicidade pública me deixam cético. Aprendi que as pessoas fingem bem-estar e harmonia, como interpretam tantas outras coisas que dão prestígio social. Pega mal fazer parte de um casal que vive às turras, que não dá certo, que passa uma imagem de infelicidade e derrota. Logo, as pessoas criam uma imagem de felicidade para consumo externo. Na intimidade ninguém sabe mesmo o que se passa.

Essas coisas me ocorreram ao ver Angelina Jolie na capa da revista Vanity Fair, falando do seu casamento de sonhos com Brad Pitt. Os dois são lindos, ricos e famosos. Viajam pelo mundo com suas seis crianças multirraciais. Quando ela faz um filme, sempre em lugares espetaculares como Veneza, ele acompanha e cuida das crianças. Quando ele filma, ela se torna mãe de tempo integral. Ah, sim: já falei que eles são lindos, ricos e famosos?

Eu não acredito nessa história nem por cinco minutos. É evidente para mim que casar a atriz mais bonita do planeta com o ator mais bonito do mundo não dá certo. Parece o roteiro de um conto de fadas. Parece o delírio de um relações públicas da Sony. É como se alguém pegasse os dois primeiros alunos da escola e os casasse. Ou montasse um casal com o artilheiro do time de futebol e a miss da cidade. No papel essas coisas parecem bacanas, mas na vida real quase nunca funcionam.

Um dos casais mais duradouros do cinema foi formado por Elisabeth Taylor e Richard Burton. Eram os Brangelina dos anos 60 e 70, com uma enorme diferença: juntos, produziram um furacão de sexo, álcool, luxo e escândalos. Burton era filho de mineiros miseráveis do País de Gales. Liz Taylor era a atriz mirim que cresceu diante das câmeras para ser a namorada da América. Tinham em comum somente a profissão de ator e o temperamento apaixonado. Viveram no amor as consequências naturais de uma vida pública de excessos. Ele caia de charme e ela de beleza, mas jamais foram perfeitos. Eram de verdade.

Eu olho para a vida das pessoas que me cercam e tenho a impressão de que as relações verdadeiras repelem as semelhanças. Casais interessantes são como o piano e o violino, a dama e o vagabundo, a bela e a fera. Divergem, destoam e se completam. Tenho a impressão de que apenas casais muito jovens são formados por gente da mesmíssima procedência. Quem teve a chance de andar pela vida, em geral escolhe fora do seu clã. Busca diferença e complementação. Procura o novo.

Eu tenho a sorte de conviver com estrangeiros. Percebo a naturalidade com que se montam arranjos dissonantes. O gringo loiro se apaixona pela moça brasileira que nada tem em comum com o estilo de vida dele. Funciona. O moço argentino se casa no Brasil e nunca mais vai embora. O mesmo acontece com muitas mulheres brasileiras na Europa. Ou européias no Brasil. Essas uniões improváveis celebram a diversidade humana e atendem ao desejo das pessoas de se aventurar. Nem todos podem ser Cristóvão Colombo, mas todos podem transformar a sua vida emocional em uma grande descoberta. Navegar é preciso.

Para andar longe na vida, porém, ajuda livrar-se do peso dos esteriótipos. Se todo mundo quiser ser o casal Brangelina, as possibilidades tornam-se limitadas. Não há beldades tatuadas disponíveis para todos. Nem bonitões milionários de ar meigo esperando em fila na próxima esquina. Esse é um sonho padrão, oferecido globalmente como um sanduíche Mcdonalds.

Quando se trata de afeto e relacionamento, melhor é cada um achar sua própria receita. A mulher que lhe cai bem, o sujeito que a deixa feliz. A percepção dos outros é menos importante do que os nossos sentimentos. O par perfeito aos olhos dos amigos pode ser fonte de tédio e aborrecimento. O arranjo de aparência harmoniosa que confere prestígio pode ser um desastre íntimo.

A mim ajuda lembrar, na hora de fazer escolhas, que casais perfeitos não existem: eles ficam bem nos filmes e ilustram divinamente a capas de revista, mas devem ser uma droga na vida real.

(Ivan Martins escreve às quartas-feiras)

terça-feira, julho 20, 2010

Desconhece-te a ti mesmo - texto de Eliane Brum

Para nos estabelecermos na vida adulta precisamos construir um personagem. Não com a total liberdade com que muitos sonham e alguns se iludem que têm, mas com algum grau de livre arbítrio. Embora variem as nuances do que as pessoas pensam sobre cada um de nós, há algo que é geral, que emana desse personagem que criamos. E, aqui, quando me refiro à personagem, não há nenhuma relação com falsidade ou simulação. É tão verdadeiro quanto qualquer coisa pode ser verdadeira.

Na medida em que esse personagem se torna convincente, no sentido de ser bem-sucedido na sua relação com as várias esferas sociais, ele nos dá possibilidades e também nos tira possibilidades. Ele nos dá estabilidade, segurança, certezas, reconhecimento. Mas ele contém em si uma armadilha. Do tipo: “Bom, então é isso o que eu sou e esta é a minha vida, daqui em diante é só navegar”. Este tipo de conclusão pode se tornar uma prisão se você achar que esse personagem é tudo o que você é. Ou que tudo que havia para ser decidido na sua vida já está dado. Neste caso, a natureza fluida que nos habita vira cimento. E a busca, que é a matéria que move nossa existência, termina.

O que descubro – e que tem se mostrado um caminho bem mais difícil do que eu imaginava que seria – é a necessidade de se manter, pelo menos em parte, estrangeiro à própria vida. Manter algo de si no vazio, uma parte de nós capaz de olhar para o todo como terra desconhecida, aberta para o espanto de nós em nós. Ou seja: é preciso ser capaz de olhar para nós mesmos com estranhamento para que possamos enxergar possibilidades que um olhar viciado tornaria invisíveis. Este é o processo de se desconhecer como uma forma mais profunda de se conhecer. Para novamente se desconhecer e assim por diante. Exige muita coragem. Porque dá um medo danado.

Ao mudar minha vida para me reapropriar do meu tempo, um dos meus planos era me dar ao luxo de ficar olhando para o teto, por exemplo, sem fazer nada que pudesse ser considerado útil ou produtivo. Queria ser um pouco perdulária com o meu tempo num sentido novo. Em vez disso, tratei de ocupar todas as minhas horas com tarefas minhas, mas tarefas. Em vez de acordar às 6h30, como fazia quando tinha emprego e salário, passei a acordar às 4h30. Eu tinha tanto medo do vazio que resolvi preenchê-lo todo, a ponto de quase não dormir. Descobri que precisava abrir mão da covardia de não querer ter tempo para tudo o que não sei o que é. Demorei meses, me angustiei bastante, mas consegui me lambuzar de uma liberdade nova.

Descobri também que deveria fechar algumas portas – e não mais abri-las. Passei boa parte dos últimos anos abrindo portas e experimentando o que havia do outro lado. Isso me levou a experiências ricas e me ajudou a construir o momento em que pude começar a fechar portas. Descobri então que tão importante quanto abrir é ter a coragem de fechar. E fechar é muito mais difícil. Quando quase tudo está em aberto, é preciso ser muito seletivo com relação às portas. O que eu quero, o que eu não quero. O que é importante, o que não é importante. O que é bom para mim, o que não é. As pessoas com quem vale a pena compartilhar projetos, as que não quero manter perto de mim. O que me leva a algum lugar novo ou a alguma forma nova de ver o mesmo lugar, o que me traz de volta ao mesmo ponto.

Recebi convites de todos os tipos, alguns bem inusitados. Para ganhar muito mais dinheiro do que jamais ganhei, para não ganhar nada, para fazer o que nunca fiz, para fazer o que sempre fiz. Tive de parar e pensar que naquele momento eu tinha de recusar tudo porque ainda que algumas propostas fossem quase irrecusáveis, eu precisava ficar no vazio e me desconhecer para ser capaz de fazer escolhas mais verdadeiras. Eu precisava me desintoxicar de mim para poder ser mais eu mesma.

Descobri ainda que é preciso resistir também às certezas que as pessoas têm sobre nós. Há gente de todo o tipo. E alguns ficam muito desorientados se a gente muda, se qualquer coisa ao redor deles muda. Querem desesperadamente que voltemos a ser um clichê seguro. Quando você abre mão do seu clichê, o clichê que mora em alguns começa a coçar. Desinteressei-me de alguns amigos que queriam porque queriam que eu dissesse que sentia falta da vida que tinha, muito parecida com a deles. Percebi que torciam menos secretamente do que gostariam para que meu projeto desse errado, para então continuar vivendo em paz com certezas sobre as quais, ao que parece, têm muitas dúvidas. Do mesmo modo que guardei apenas um olhar de Mona Lisa para aqueles que adoram teorias conspiratórias e queriam saber “de verdade” o que tinha acontecido, porque lidam melhor com fofocas velhas do que com fatos novos. Fechar portas é também virar as costas para quem exige que sejamos sempre os mesmos para sua própria comodidade.

Descobrir as outras possibilidades do que sou é, neste momento, minha maior tarefa. Para chegar a isso preciso me perder de mim, me desconhecer. Neste sentido, hoje minha reportagem mais difícil é a busca destes outros personagens que moram no universo sem limites definidos do que sou. E que são tão verdadeiros quanto a repórter que sou. E que me tornarão melhor repórter do que pude ser antes de construir a chance de viver a verdade dessa busca.

Um momento de vida que é apenas um momento que também deve ser superado para que outros possam vir, já que não me interessa sair de um escaninho para cair em outro. Nada impede que amanhã eu descubra que ter um emprego e um formato de vida mais estável é o melhor para mim – ou que não, eu continue achando mais divertido viver com mais autonomia e menos dinheiro. Ou que invente um jeito novo que serve para mim, mas pode não servir para mais ninguém. O contrato que assinei comigo mesma é o de seguir coerente com a necessidade de me buscar.

Quando minha amiga repetiu para mim o que disse ao analista – “Estou aqui porque quero me desconhecer” –, ela me ajudou a compreender melhor o meu momento. E eu pude dizer a meu outro amigo que ele precisa ter a coragem de se manter sem saber quem é por um tempo, para poder então descobrir o que quer fazer com seu desejo. Conto esta experiência aqui porque acredito que outras pessoas possam estar vivendo algo parecido, por caminhos e circunstâncias próprias – e acho importante refletirmos juntos. Manter parte de nós no vazio gera muito angústia, mas, se tivermos a coragem de aguentar um pouco, nos leva a lugares desconhecidos e excitantes de nós mesmos. Não é nem que as perguntas mudem, mas é o jeito de fazê-las que precisa ser novo para que possamos alcançar respostas mais estimulantes. Tenho para mim que as grandes perguntas de todos nós são sempre as mesmas, o que muda é como buscamos as respostas.

Acho que se desconhecer é sacudir o cimento que há em nós, colocado por nossas mãos e também pelas mãos ávidas dos outros. E isso vale para tudo, até para coisas muito triviais. Como aquelas frases: “Fulano não come peixe” ou “Sicrano detesta sair de casa”. Se o fulano acredita que porque não comia peixe aos dez anos não vai comer aos 30, nunca vai saber o gosto de um tambaqui. Assim como nenhuma pequena ou grande aventura acontecerá ao sicrano que não se arrisca além da porta da rua porque está esmagado no sofá da sala pelo dogma que criou para si e que os outros ajudaram a cimentar. Porque é só o começo. Destes pequenos dogmas se passa para outras verdades absolutas que dizem respeito a todas as áreas da vida. “Fulano é assim”, portanto fulano é imutável e, portanto, fulano está morto, mas não sabe.

Meu conselho é fugir de frases do gênero: “Eu sou um tipo de pessoa que...” ou “Deixa eu te contar que tipo de pessoa eu sou...”. Suspeito que quem diz essas coisas não sabe nem o caminho de casa. Acho que as buscas mais interessantes começam com frases como: “Não sei mais quem eu sou” ou “Não tenho ideia de quem eu sou”. Ótimo, podemos dizer que começamos a nos conhecer. Claro que só para nos perdermos logo adiante. Afinal, para que mais serve a vida?

Junho Acabou

Junho acabou e com ele a copa do mundo de futebol. O Brasil foi desclassificado ainda nas oitavas de final pela Holanda, jogo que teve o primeiro tempo a favor do Brasil, entretando o jogo mudou no segundo tempo.

Quem acabou ganhando a copa foi a Espanha.Bendito o tal polvo alemão vidente que não errou nenhuma das apostas.

Em junho também teve meu aniversário que comemorei com o Denis do meu lado e ainda conheci o Vinicius, amigo dele. Foi legal.

Thiago Cid ganha o prêmio de melhor jornalista pelo SEBRAE no dia 03 de junho, um dia antes do meu aniversário, em Brasília.

O tal do goleiro Bruno do Flamengo cometeu um crime ediondo junto a seus amigos - assassinou a suposta mãe de um de seus filhos. Tal assunto ainda hoje é falado nos jornais o tempo todo.

Não foi dessa vez ainda que eu fui pra Londres, mas esse dia está mais próximo do que eu pensava.

Saí do escritório em Maio, agora fico em casa no mesmo cargo. As coisas ainda não estão mil maravilhas, mas vão mudar, tenho certeza disto.


Conheci o Felipe...lindo!!!



U2 - Stuck in a moment...

I'm not afraid of anything in this world
There's nothing you can throw at me that I haven't already heard
I'm just trying to find a decent melody
A song that I can sing in my own company

I never thought you were a fool
But darling, look at you
You gotta stand up straight, carry your own weight
These tears are going nowhere, baby

You've got to get yourself together
You've got stuck in a moment and now you can't get out of it
Don't say that later will be better now you're stuck in a moment
And you can't get out of it

I will not forsake, the colours that you bring
But the nights you filled with fireworks
They left you with nothing
I am still enchanted by the light you brought to me
I still listen through your ears, and through your eyes I can see

And you are such a fool
To worry like you do
I know it's tough, and you can never get enough
Of what you don't really need now... my oh my

You've got to get yourself together
You've got stuck in a moment and now you can't get out of it
Oh love look at you now
You've got yourself stuck in a moment and now you can't get out of it

I was unconscious, half asleep
The water is warm till you discover how deep...
I wasn't jumping... for me it was a fall
It's a long way down to nothing at all

You've got to get yourself together
You've got stuck in a moment and now you can't get out of it
Don't say that later will be better now
You're stuck in a moment and you can't get out of it


And if the night runs over
And if the day won't last
And if our way should falter
Along the stony pass

And if the night runs over
And if the day won't last
And if your way should falter
Along the stony pass
It's just a moment
This time will pass

sexta-feira, julho 09, 2010

Mulher baixinha - trecho do texto de Ivan Martins

Os brasileiros têm uma queda acentuada por mulheres pequenas e jeitosas. Somos um país de estatura média e nossos mitos eróticos estão abaixo disso. Desde sempre. Lembro da Carmem Miranda, Sonia Braga e Ana Paula Arosio. Todas pequenas. Carolina Dieckmann, outra moça linda da televisão, tem 1,60. Daniela Mercury eu já cumprimentei pessoalmente: miúda. Outro dia me disseram que a colombiana Shakira, a cantora mais desejada da América do Sul, tem 1,55. Só. Grande mesmo é Gisele Bündchen, que tem 1,79. Mas é inútil tentar se parecer com ela, não?

O fato é que sucesso no Brasil não depende de tamanho. Claro, um salto agulha alonga as pernas, empina o traseiro e dá, à maioria das mulheres, um ar mais sensual. Mas não precisa ser toda hora. Se uma moça baixinha aparece de salto na noite da festa, o impacto é enorme. Não tem de repetir o truque todo dia. Há o risco de banalizar.

Minha impressão é que cada um de nós tem uma medida de parceiro ou parceira que lhe cai bem. Existe até frase feita para isso: é o meu número. E muitas vezes é mesmo. Quando você abraça, dá um encaixe. Quando dança, tudo combina. Quando deita, fica melhor. Achar bonita uma mulher alta não quer dizer que o seu corpo vá ficar feliz com ela. Olhar é uma coisa, transar pode ser outra, inteiramente diferente.

Lembro de um amigo que teve um caso com uma moça grande, bem maior do que ele, que não é um sujeito pequeno. A moça era linda, mas ele vivia reclamando do encaixe. Para beijar, tinha de virar a cabeça pra cima. Para abraçar, só pela cintura. Na hora do sexo, ele, forte, estava acostumado a mover e manusear a parceira – mas com ela não dava. Era muito volume, muito peso. Ele se sentia miúdo e infantil. O caso acabou. Imagino que a moça foi procurar um cara maior. Que encaixasse.

Mas encaixe não quer dizer, necessariamente, baixinho com baixinha e alto com alto. Prefiro pensar nisso como a química do tamanho dos corpos. Qual é a sua? Seres humanos são flexíveis e as possibilidades de encantamento são infinitas. Importante, eu acho, é que cada um de nós descubra a sua própria elegância. As mulheres altas não precisam se curvar para parecer mais baixas. E as pequenas não deveriam se maltratar para ficarem maiores. Graça não tem tamanho. Sedução é jeito e movimento. Com o passar do tempo, a gente descobre do que gosta e quem gosta da gente. Fato.

(Ivan Martins escreve às quartas-feiras)

Polvo vidente



Polvo-vidente aponta Espanha campeã mundial
Paul também prevê que Alemanha ficará em terceiro lugar

EFE

O polvo Paul, o oráculo do aquário Sea Life de Oberhausen, no Oeste da Alemanha, previu nesta sexta-feira a vitória da Espanha na final contra a Holanda. As duas equipes decidem neste domingo o título da Copa da África do Sul. Até agora, o polvo acertou todos os resultados da Alemanha na competição.

Em três minutos, diante das câmeras de televisão, Paul comeu a amêijoa (molusco com concha) que estava dentro do contêiner e abraçou a caixa com a bandeira espanhola, deixando de lado a outra com o pavilhão holandês.

Com dois anos e meio e pesando 700 gramas, Paul, que nasceu na Inglaterra, apontou também que a Alemanha irá vencer o Uruguai na disputa pelo terceiro lugar do Mundial, que será neste sábado.


e mais Empresários ofereceram 30 mil euros para comprar o polvo Paul


O célebre polvo tem um grave erro no currículo. Na final da Eurocopa 2008, vencida pela Espanha, ele previu que a Alemanha seria campeã.

Com nove cérebros e três corações, o polvo-vidente se transformou na estrela da Copa da África do Sul e em herói popular na Espanha, após prever a passagem da Fúria à final.

quinta-feira, julho 08, 2010

Coração de papel


Se você pensa
Em fazer chorar a quem lhe quer
A quem só pensa em você
Um dia sentirá
Que amar é bom demais
Não jogue amor ao léu
Meu coração que não é de papel

2X
Por que fazer chorar
Por que fazer sofrer
Um coração que só lhe quer
O amor é lindo eu sei
E todo eu lhe dei
Você não quis, jogou ao léu
Meu coração que não é de papel

(Não é
Meu coração que não é de papel
Não é Não é
Meu coração que não é de papel
Não é...)
"O arrependimento pelo que se fez é amenizado pelo tempo; o arrependimento pelo que não se fez não tem consolo possível."

Luto

Há 27 anos perdi minha avó querida. Eu ainda era criança, tinha 8 anos. Doeu. Ainda dói. Quando me recordo dela, é sempre com carinho e jamais a esquecerei. Desde então nunca mais fui a mesma pessoa, meu olhar passou a ser triste. Queria que não fosse. Me sinto órfã ainda hoje.
Sinto muito a sua falta, vó.

Onde você coloca o sal?


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo de água e bebesse.
-'Qual é o gosto?' - perguntou o Mestre.
-Ruim' - disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago. Então o velho disse:
-'Beba um pouco dessa água'.Enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:
-'Qual é o gosto?'
-'Bom!disse o rapaz.
-'Você sente o gosto do sal?' perguntou o Mestre.
-'Não disse o jovem.
Mestre então, sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse
-'A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta.
É dar mais valor ao que você tem do que ao que você perdeu. Em outras palavras:
É deixar de Ser copo, para tornar-se um Lago.

"Entender a vontade de Deus nem sempre é fácil, mas crer que Ele está no comando e tem um plano pra nossa vida faz a caminhada valer a pena".

segunda-feira, julho 05, 2010

Smallville - nona temporada


É uma reinterpretação moderna da mitologia do Superman e de seus personagens clássicos continua misturando realismo, aventura e emoção. Smallville é uma excitante série de ação, com interpretações realísticas e efeitos especiais premiados.

Ascendendo nesta nona temporada, o novo conto moderno da história da lenda do Superman e seus personagens clássicos continua a misturar realismo, ação e emoção para revelar uma nova interpretação desta mitologia. Esta temporada, como o relógio de Metropolis aponta a hora mais obscura de nossos personagens, nós encontramos Clark Kent (Tom Welling) finalmente dando seus primeiros passos para abraçar seu chamado como um super-herói…

Amigurumi e a psicoterapia ajudando na concentração e atenção

  O SIGNIFICADO  DE AMIGURUMI Essa palavra não é brasileira, já deu para perceber né, rs rs.  Pela semelhança com a palavra ORIGAMI já dá pa...