Menos de um ano após a última mordida, os vampiros da saga Crepúsculo voltaram a atacar. E, ao contrário do que se espera de seres que não envelhecem, eles não param de crescer. Nascida como uma história infantojuvenil, a aventura da garota que se apaixona por um vampiro tornou-se uma marca multimilionária. O terceiro filme da série, Eclipse, consolida Crepúsculo como uma das franquias mais poderosas do cinema mundial.
O filme estreia em todos os países à 0h01 desta quarta-feira. No Brasil, serão 687 cópias. O número é justificado: no ano passado, cerca de 6 milhões de brasileiros foram aos cinemas para assistir a Lua nova – o dobro do público do filme anterior. Somados, os dois primeiros filmes da saga ultrapassaram a marca de US$ 1,1 bilhão arrecadados em todo o planeta, ante um orçamento de US$ 97 milhões.
Para Eclipse, a expectativa é de um êxito ainda maior. Repleto de cenas de ação e dilemas emocionais, o filme promete ampliar o público-alvo da série: além das apaixonadas fãs adolescentes, homens e mulheres adultos deverão se render ao filme da mesma maneira que foram fisgados pelos livros de Stephenie Meyer.
No filme, o conflito desenhado nos dois primeiros episódios se intensifica, e a heroína Bella Swan (Kristen Stewart) se vê forçada a tomar uma decisão entre seus dois pretendentes: o vampiro Edward Cullen (Robert Pattinson) e o lobisomem Jacob Black (Taylor Lautner). Ambos são figuras sobrenaturais, mas as semelhanças acabam aí. Quando não está metamorfoseado em lobo, Jacob passa por um garoto normal, com interesses (e paixões) de qualquer adolescente. Edward é um amante à moda antiga. Para conter a sede de sangue, é forçado a evitar um contato mais íntimo com Bella – ceder a seus desejos significaria perder o controle e colocar a vida da amada em risco. Bella propõe a solução: para consumar o amor, Edward deve transformá-la em vampira. Ele reluta: receia que a garota perca a humanidade e, mesmo que ela decida mudar de espécie, Edward não quer fazê-lo antes do casamento.
Ao mesmo tempo, a heroína enfrenta incertezas. Desistir da vida humana significaria abrir mão não só da mortalidade, mas também de sua alma. Seus desejos e pensamentos terrenos seriam substituídos pela forte compulsão por sangue, que ela só conseguiria conter depois de muito treinamento. Aproximar-se de seu pai e sua mãe seria expressamente proibido nos primeiros anos como vampira. Outra questão a preocupa ainda mais: o amor de Edward permaneceria após sua metamorfose em vampira?
A história reforça os valores tradicionais, personificados (ou vampirificados) na família Cullen, da qual faz parte Edward. Seu pai adotivo, o eternamente jovial doutor Carlisle Cullen (Peter Facinelli), salvou a vida de doentes contaminados pela Gripe Espanhola em 1918, mordendo-os e convertendo-os em mulheres e homens-morcegos. Ele ainda arranjou uma forma de civilizar os instintos dos “filhos”, impondo um regime à base de sangue fresco retirado de animais. Com isso, estancou o desejo assassino de suas criaturas. Edward é um jovem de 17 anos do início do século XX congelado na condição de vampiro “vegetariano”, como ele diz. Apesar de sua tez pálida de poeta tísico, seus valores são sólidos e seu amor por Bella inquebrantável.
A moça, agora com 18 anos (note bem: mortal, ela o passou em idade), já tomou algumas decisões: quer se entregar a Edward – e, portanto, perder a um só tempo a virgindade e a vida terrena. “Me transforme agora”, diz Bella. O vampiro, porém, se mostra irredutível. “Só depois do casamento”, diz, reagindo a um carinho da namorada. “Antes disso, temo por você.” E rapidamente contra-ataca, abrindo um sorriso: “Senhorita Isabella Swan, aceita minha mão em casamento? Sou da velha guarda”, diz ele. A garota ainda tem sangue nas veias e se derrete. “Velha guarda?”, diz. “Edward, estamos no século XXI. Você é arcaico!”
A cena surgiu em um sonho da autora Stephenie Meyer, de 36 anos. Hoje multimilionária, Stephenie era uma pacata dona de casa mórmon mãe de três filhos, leitora de ficção científica e romances de terror. Num inverno, sonhou com a ideia que alteraria sua vida: “Não era a cena clássica do vampiro que avança sobre a virgem numa noite de luar, mas quase o inverso: a donzela é que pede para ser mordida”, disse a autora a ÉPOCA.
Bem que o lobisomem indígena Jacob tenta seduzi-la com um amor quente e saudável. “Lutarei por você até que seu coração pare”, diz. “Ou mesmo depois disso...” Mas, depois de lhe pedir um beijo, Bella aparentemente prefere ser petrificada na instituição do casamento a experimentar uma paixão mundana. E assim se rende a Edward, o último baluarte da virgindade.
Ao mesmo tempo que enfrenta essas dúvidas, a heroína se vê diante de um perigo iminente. Recrutado pela vilã Victoria (Bryce Dallas Howard), inimiga mortal (ou melhor, imortal) dos Cullens, um exército de vampiros recém-criados passa a perseguir Bella para beber seu sangue. Ao contrário de Edward e familiares, os novos vampiros não sabem conter seus instintos. Compensam a inexperiência e ignorância com uma força extraordinária, muito maior que a dos vampiros comuns. A fascinante história dos vampiros “recém-criados” originou o primeiro derivado da série principal: o livro A breve segunda vida de Bree Tanner, que narra a história de uma vampira recém-criada que aparece brevemente no filme. A obra atingiu o primeiro posto na lista de mais vendidos no Brasil, superando o best-seller mundial A cabana – um sintoma da comoção pelo lançamento de Eclipse e a prova de que o universo de Crepúsculo tem potencial para se tornar tão amado quanto outros que o precederam, como Harry Potter e Crônicas de Nárnia.
Realmente, tenho reparado que muitos aldultos têm lido essa saga, mesmo ela tendo sido feita pra adolescentes.Instigante e ao mesmo tempo tão pura. Nada de sexo expl[icito ou coisa do gênero.
ResponderExcluirRealmente, tenho reparado que muitos aldultos têm lido essa saga, mesmo ela tendo sido feita pra adolescentes.Instigante e ao mesmo tempo tão pura. Nada de sexo expl[icito ou coisa do gênero.
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