sexta-feira, novembro 22, 2013

Conceituação de Ética

Ethos: morada

Ética: Ciência da Conduta

Ética ou Filosofia moral é a parte da Filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito dos fundamentos da vida moral.

Moral: Conjunto de regras que determinam o comportamento dos indivíduos numa sociedade.
Exterior a anterior ao indivíduo há uma moral constituída, que orienta o seu comportamento por meio de normas. Em função da adequação ou não à norma estabelecida, o ato será considerado moral ou imoral.
É de tal importância a existência do mundo moral, que se torna impossível imaginar um povo sem qualquer conjunto de regras.
Uma das características fundamentais do homem é produzir interdições. A passagem da natureza para a cultura é produzida pela instauração da lei. Portanto, a Ética é criação histórico-cultural (conjunto de costumes tradicionais de uma sociedade). A maneira como os humanos interpretam-se a si mesmos e a relação com a natureza.

Senso Moral: possibilidade de ajuizar sobre uma determinada questão, é que nos faz ter um sentimento e atitude voltada para o bem comum e pessoal (não individualismo).
Consciência Moral: implica em alguma decisão a tomar assumindo todas as conseqüências de tal decisão, porque devemos ser responsáveis por nossas decisões.
Juízos de Valor: avaliação sobre coisas, pessoas, situações e são proferidos na moral, nas artes, na política, na religião, etc. Valoração do que é bom ou mau, desejável e indesejável.
São Juízos que enunciam obrigações, e avaliam intenções e ações, segundo o critério do correto e incorreto.
      
Sócrates inaugura a Ética, porque define o campo no qual valores e obrigações morais podem ser estabelecidos.
Sujeito ético: responde por suas ações
Toda moral está situada no tempo e reflete um mundo em que a nossa liberdade se acha situada.
A historicidade do homem não reside na sua mera continuidade no tempo, mas é a consciência ativa do futuro, pela qual se torna possível a criação original por meio de um projeto de ação. A instauração de um mundo moral exige do homem uma consciência crítica.

2 - As Questões da Ação Moral


Aristóteles fez a distinção entre saber teorético e saber prático.

Saber Teorético: conhecimento da natureza ou de qualquer fenômeno sem interferência humana.
Saber Prático: Conhecimento daquilo que só existe como conseqüência da ação humana.

A Ética refere-se a práxis. Na práxis, o agente, a ação, e a finalidade do agir são inseparáveis.
As ações éticas não só são definidas pelas virtudes, pelo bem e pela obrigação, mas também porque pertencem a esfera da deliberação, decisão ou escolha. 
Deliberamos e decidimos sobre o possível, isto é, sobre aquilo que pode ser ou deixar de ser, porque depende de nós, de nossa vontade e, portanto de nossa ação.
A ação moral do sujeito ético não se submete aos acasos da sorte, à vontade e aos desejos de um outro, à tirania das paixões, mas obedece apenas a sua consciência que conhece o bem e as virtudes (força interior do caráter) e a sua vontade racional, que conhece os meios adequados para chegar aos fins morais. A busca do bem e da felicidade são a essência da vida ética.

3 - As Questões da Responsabilidade Moral

Ato Responsável: um ato moral responsável deve ser livre, consciente, intencional, mas é preciso que não seja solitário. Decorre ai a exigência da responsabilidade. Responsável é aquele que responde pelos seus atos, assume a autoria de seus atos.

O aumento do grau de consciência e de liberdade implica numa maior responsabilidade pessoal no que se refere ao comportamento moral.
Ser responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e conseqüências dela sobre si e sobre si e sobre os outros, assumindo bem como às suas conseqüências, respondendo por elas.
A complexidade do ato moral reside no fato de que ele provoca efeitos não só na pessoa, mas naqueles que a cercam e na própria sociedade como um todo.
O homem “com-vive” com as pessoas. O homem é ao mesmo tempo herdeiro e criador da cultura, e só terá uma vida autêntica se diante da moral constituída, for capaz de propor uma moral constituinte, isto é, a que se faz dolorosamente, e por meio das experiências vividas.
Toda moral está situada num tempo e reflete um mundo em que a nossa liberdade se acha situada. Diante do passado que condiciona nossos atos, podemos nos colocar à distância para reassumí-lo ou recusá-lo. A historicidade do homem não reside na sua mera continuidade no tempo, mas é a consciência ativa do futuro, pela qual se torna possível a criação original por meio de um projeto de algo que tudo muda.

4-  As Questões do Dever Moral

A razão prática é a liberdade como instauração de normas e fins éticos. Se a razão prática tem o poder de criar normas e fins morais, tem também o poder para impô-los a si mesma.Essa imposição que a razão prática faz a si mesma daquilo que era própria criou é o dever.
Este, portanto, longe de ser uma imposição externa feita a nossa vontade e nossa consciência, é a expressão da lei moral em nós, obedecê-lo é obedecer a si mesmo.
Por dever, damos a nós mesmos os valores, os fins e as leis da nossa ação moral, e por isso somos autônomos.(Kant)
A vida ética é o acordo e a harmonia entre a vontade subjetiva individual e a vontade objetiva cultural. O dever, portanto, é o acordo pleno entre nossa vontade subjetiva individual e a totalidade ética ou moralidade.  (Hegel)
A natureza da obrigatoriedade moral não reside na exterioridade, é moral justamente porque deriva do próprio sujeito que se impõe o cumprimento da norma. Parece paradoxal, mas a obediência à lei livremente escolhida não é prisão, ao contrário é liberdade.

Noções de Heteronomia e Autonomia

Heteronomia: hetero diferente – nomos – lei: significa a aceitação da norma que não é nossa, que vem de fora, quando nos submetemos aos valores da tradição e obedecemos passivamente aos costumes por compromisso ou por temos à reprovação da sociedade.
              Autonomia: auto     próprio – não nega a influência externa, os condicionamentos e os determinismos, mas recoloca no homem a capacidade de refletir sobre as limitações que lhes são impostas, a partir das quais orienta a sua ação.
Portanto, quando decide pelo dever de cumprir uma norma, o centro da decisão é ele mesmo, a sua própria consciência moral – Autonomia é autodeterminação.

Liberdade:
A liberdade é a capacidade para darmos um sentido novo ao que parecia fatalidade, transformando a situação de fato numa realidade nova, criada por nossa ação. Essa força transformadora, que torna real o que era apenas passível, é o que faz surgir uma obra de arte, uma obra de pensamento, uma ação heróica, um movimento anti-racista, uma luta contra a discriminação sexual ou de classe social, uma resistência à tirania e a história contra ela.
O possível não é pura contingência ou acaso. O necessário não é fatalidade bruta.O passível é o que se encontra aberto no coração do necessário, e que nossa liberdade agarra para fazer-se liberdade. Nosso desejo e nossa vontade não são incondicionados, mas os condicionamentos não são obstáculos à liberdade, e sim o meio pelo qual ela pode exercer-se.
A liberdade, porém, não se encontra na ilusão do “posso tudo”, nem no conformismo do “nada posso”. Encontra-se na disposição para interpretar e decifrar os vetores do campo presente como possibilidades objetivas, isto é, como abertura de novas direções e de novos sentidos a partir do que está dado.

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