Os homens, obviamente, gostam de mulheres atraentes que parecem fáceis, embora tenham, diante delas, uma atitude enganosamente desdenhosa. Eles olham, desejam e até dão em cima, mas o fazem (quando sóbrios) de um jeito envergonhado, quase como se pegasse mal. Na escala do desejo as piriguetes estão lá em cima. Na escala da respeitabilidade, lá embaixo. Tem de ser macho para amar uma delas.
As mulheres reagem de forma diferente às pirigutes. Diante da concorrência desregrada, tornam-se irônicas, quando não hostis. Assim que seus homens começam a virar o pescoço e esticar os olhos, elas tendem a reagir com comentários que sublinham a enorme diferença entre elas mesmas e aquele pedaço de carne malhado e vazio. Como diz uma amiga minha, além de serem sempre lindas e gostosas, as piriguetes não têm nenhum constrangimento em serem vistas apenas como um corpão. Quem pode com uma tipa dessas?
Da minha parte, confesso certa simpatia pela figura da piriguete, por uma razão essencial: elas expressam, de uma forma às vezes caricatural, sentimentos que estão por toda parte, reprimidos. Numa sociedade que fica estimulando as mulheres a serem sedutoras 100% do tempo, a se preocupar obsessivamente com a aparência, as piriguetes são as que obedecem as ordens de cima sem hesitação - e por isso parecem ridículas. Elas não disfarçam a intenção de atrair os olhares e nem têm pudor de exibir o decote que outras mulheres pensariam 10 vezes antes de pôr à mostra. Para repetir um clichê, elas fazem à claras, o todo o tempo, o que outros só têm coragem de fazer de vez em quando, escondidos.
Sempre houve esse tipo de garota, com outro nome. Quando eu era adolescente, usava-se uma palavra pesada para descrever as meninas selvagens que agiam de forma considerada vulgar ou excessiva. Elas eram chamadas de biscates e tinham fama de fáceis. Na geração anterior, mulheres demasiadamente preocupadas em atrair a atenção eram chamadas de coquetes – e a palavra tinha uma conotação de leviandade. Era também um julgamento de caráter. Agora se diz piriguete para expressar a mesma velha combinação de atração e preconceito.
Sábado passado eu estava numa festa quanto chegaram duas garotas altas, morenas e bonitas. Atraíram a atenção de todos, instantaneamente, por um motivo simples: enquanto a maioria das garotas na festa vestia o estilo “cinza-classe média” do inverno de São Paulo, elas usavam shorts, costas de fora e sandálias de salto. Mas a diferença não parava aí. Em cinco minutos, uma delas estava na cozinha dando palestras a um grupo de gays sobre intimidades anatômicas masculinas. Dizia coisas de fazer corar o padre. Confirmando as inclinações dadivosas da categoria, eu soube depois que as duas ficaram com um mesmo sortudo desacompanhado que se manteve sóbrio o suficiente até o final da festa. Ele pegou as piriguetes – ou teriam sido elas que pegaram ele?
As mulheres reagem de forma diferente às pirigutes. Diante da concorrência desregrada, tornam-se irônicas, quando não hostis. Assim que seus homens começam a virar o pescoço e esticar os olhos, elas tendem a reagir com comentários que sublinham a enorme diferença entre elas mesmas e aquele pedaço de carne malhado e vazio. Como diz uma amiga minha, além de serem sempre lindas e gostosas, as piriguetes não têm nenhum constrangimento em serem vistas apenas como um corpão. Quem pode com uma tipa dessas?
Da minha parte, confesso certa simpatia pela figura da piriguete, por uma razão essencial: elas expressam, de uma forma às vezes caricatural, sentimentos que estão por toda parte, reprimidos. Numa sociedade que fica estimulando as mulheres a serem sedutoras 100% do tempo, a se preocupar obsessivamente com a aparência, as piriguetes são as que obedecem as ordens de cima sem hesitação - e por isso parecem ridículas. Elas não disfarçam a intenção de atrair os olhares e nem têm pudor de exibir o decote que outras mulheres pensariam 10 vezes antes de pôr à mostra. Para repetir um clichê, elas fazem à claras, o todo o tempo, o que outros só têm coragem de fazer de vez em quando, escondidos.
Sempre houve esse tipo de garota, com outro nome. Quando eu era adolescente, usava-se uma palavra pesada para descrever as meninas selvagens que agiam de forma considerada vulgar ou excessiva. Elas eram chamadas de biscates e tinham fama de fáceis. Na geração anterior, mulheres demasiadamente preocupadas em atrair a atenção eram chamadas de coquetes – e a palavra tinha uma conotação de leviandade. Era também um julgamento de caráter. Agora se diz piriguete para expressar a mesma velha combinação de atração e preconceito.
Sábado passado eu estava numa festa quanto chegaram duas garotas altas, morenas e bonitas. Atraíram a atenção de todos, instantaneamente, por um motivo simples: enquanto a maioria das garotas na festa vestia o estilo “cinza-classe média” do inverno de São Paulo, elas usavam shorts, costas de fora e sandálias de salto. Mas a diferença não parava aí. Em cinco minutos, uma delas estava na cozinha dando palestras a um grupo de gays sobre intimidades anatômicas masculinas. Dizia coisas de fazer corar o padre. Confirmando as inclinações dadivosas da categoria, eu soube depois que as duas ficaram com um mesmo sortudo desacompanhado que se manteve sóbrio o suficiente até o final da festa. Ele pegou as piriguetes – ou teriam sido elas que pegaram ele?
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