Em
segunda-feira, setembro 02, 2013
As pessoas caras são raras
Não era pra doer mais. Esse tipo de coisa já aconteceu inúmeras
vezes, mas ainda dói. Ser preterida é a sensação mais horrível de
sentir. Aconteceu de novo. Acho que é porque era a pessoa certa. Perder
algo que é caro, machuca. As pessoas caras são raras.
Thiago Cid - citado em postagens anteriores - ensinou- me muito mais do
que eu podia imaginar. Me deixou esperta. Me fez inteligente, curiosa.
Me fez aprender que a dor da perda tem que durar apenas 3 dias. Que o
choro venha com volúpia nesse período. Que a raiva se exale pelos poros.
Que coisas sejam quebradas. Palavrões sejam ditos. Que a tristeza seja
sentida em sua plenitude. E que tudo, tudo isso passe. Porque a vida
segue.
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Nem tudo o que se aprende serve de lição quando se tem no coração a forma errada de errar sempre.
Segundo o que escrevi na minha própria citação acima, parece que não aprendi nada ou o meu sentimento não passou, talvez tenha aumentado tanto que hoje dói. Sentimento que dói é a coisa mais insuportável de se levar no peito: dá taquicardia e angústia.
Eu disse no dia 13 desse mesmo mês, essa passagem: "De fato pude observar isso mesmo. A cumplicidade é real, porém
momentânea. É aí que deveria ser pra sempre. É aí que eu fico pensando
qual será o próximo capítulo. O que vai acontecer daqui a dois meses?"
Tá tudo errado. Não existe nada de cumplicidade ou qualquer tipo de gostar da parte dele por mim. Fato é que provavelmente ele estava sem grana no fim do mês e nada melhor para fazer, e por que não ter um sexo garantido com uma mulher que gosta dele? Ele não disse isso, mas foi o que eu concluí.
Semanas se passaram e eu o perdi para sempre. Acho que dessa vez será pra sempre de verdade. Sempre é uma palavra forte quando é negativa. Hoje pude ver melhor que ele nunca me quis de verdade e só descobri isso assistindo ao filme 500 dias com ela. O filme conta sobre um rapaz apaixonado por uma moça e eles ficam "juntos" por um tempo, mas ela sempre disse que não era para valer, que seria casual. CASUAL. Depois desse filme e em uma das cenas finais, onde o rapaz diz a mesma frase que fiz a semana toda: EU NUNCA VOU ENTENDER. Me fez finalmente entender o que ele quis dizer com o casual e que "eu nunca te prometi nada e você que não quis acreditar". Dessa vez eu entendi que quando alguém nos procura pra ficar casualmente e sem compromissos é porquê a pessoa já tem alguém no pensamento, no coração, e enquanto espera a decisão, ou o desenrolar da sua verdadeira história de amor, eu e o personagem do filme apenas fomos um passa tempo sexual e sei lá o que mais, para ocupar o tempo dessa pessoa. Na verdade nunca fomos importantes ou tivemos significado algum para esta pessoa por quem nos apaixonamos, mas que nunca nos dará o que demos a ela, o nosso mais puro sentimento de paixão.
Hoje, mais uma vez, tenho quase certeza de que não haverá mais que esperar dois meses, um dia, anos. Dessa vez acabou de verdade, por mais que doa na alma, e que a garganta pareça ter um bolo de fios de cabelos entupindo o grito de raiva e de tristeza por não poder fazer nada, infelizmente eu tenho que aceitar que mais uma vez eu amei alguém que não se permite a gostar de mim.
Eu ainda não tinha dito que amava. Mas quase quatro anos só pode ser amor.
Eis então que por acaso, ou toque do destino, num desses encontros de grupos entre psicólogos, eu conheci ou reconheci o poema de Carlos Drummond de Andrade, Definitivo. Todos tiveram que ler três poemas expostos e escolher um que se identificasse. Não preciso dizer qual escolhei. Ei-lo:
Definitivo
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...
Eis então que por acaso, ou toque do destino, num desses encontros de grupos entre psicólogos, eu conheci ou reconheci o poema de Carlos Drummond de Andrade, Definitivo. Todos tiveram que ler três poemas expostos e escolher um que se identificasse. Não preciso dizer qual escolhei. Ei-lo:
Definitivo
Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.
Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento,perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional...
Inspirada, enfim, por Drummond, acabei escrevendo uma das minhas melhores mensagens virtuais para ele. Mas acho que ele não lê nenhuma delas. Sobretudo em momentos raros, ele já me disse pessoalmente coisas que eu tinha escrito, sem mencionar que quando realmente uma delas o toca, ele leva um dia inteiro para responder tentando ser o mais sutil e menos cafajeste com as palavras. Por fim só quis dizer que ele estava livre do meu sentimento e que gostar de alguém é nobre.
Inelizmente esse cara voltou a me procurar no dia 03 de abril de 2015.
ResponderExcluirFico pensando quando isso vai terminar.l