sexta-feira, maio 15, 2015

A FUTURA INVASÃO RUSSA DE ISRAEL

David Alfred Zuhars Jr.          

 Em Ezequiel, capítulos 37 a 39, há profecias sobre o fim dos tempos. A Bíblia relata que Israel estará na sua terra como uma nação e que a Rússia e seus aliados a invadirão. No capítulo 37, Ezequiel tem a visão do Vale dos Ossos Secos que fala simbolicamente de Israel sendo ressuscitada depois de passar séculos espalhada por toda parte da terra. É evidente, por esses capítulos, que Israel estará na sua terra de novo e em paz, relativamente falando. Veja o que diz em Ezequiel 37:11: “Então me disse: Filho do homem, estes ossos são toda a casa de Israel. Eis que dizem: Os nossos ossos se secaram, e pereceu a nossa esperança; nós mesmos estamos cortados”. O capítulo 37 de Ezequiel mostra que Israel se tornará uma nação novamente na sua própria terra. Isso já aconteceu em 1948. Jesus Cristo falou sobre essas coisas em Mateus 23:37-39: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta; Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor”. Os judeus ficaram espalhados sobre toda parte da terra desde os dias dos cativeiros de Israel pela Assíria e Babilônia, e Jesus Cristo confirmou que ia continuar assim por causa da rejeição de Israel ao seu Messias-Rei, Jesus Cristo. No entanto, não será assim para sempre, porque Israel voltará à sua terra um dia. Os judeus já começaram a voltar desde 1948. A profecia da parábola da figueira em Mateus 24:32-34 fala desse evento.          

 Nos capítulos 38 e 39 de Ezequiel, a Bíblia descreve a invasão da Rússia e de seus aliados contra Israel. Vamos ler alguns versículos: “Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal, e profetiza contra ele. E dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal; E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos com primor, grande multidão, com escudo e rodela, manejando todos a espada; Persas, etíopes, e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gômer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, do extremo norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo. Prepara-te, e dispõe-te, tu e todas as multidões do teu povo que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de guarda. Depois de muitos dias serás visitado. No fim dos anos virás à terra que se recuperou da espada, e que foi congregada dentre muitos povos, junto aos montes de Israel, que sempre se faziam desertos; mas aquela terra foi tirada dentre as nações, e todas elas habitarão seguramente” (Ezequiel 38:1-8).           
 A Bíblia diz, nesses capítulos, que Israel será atacada e invadida pela Rússia e outros países que estarão aliados a ela. Alguns teólogos, escritores e pregadores acham que essa invasão de Israel pela Rússia é a mesma da batalha de Armagedom, mas não é e mostrarei algumas razões bíblicas que provam que são duas batalhas diferentes:

AS  DIFERENÇAS  ENTRE  AS  DUAS  BATALHAS
A invasão em Ezequiel será feita por um exército liderado e chefiado pela Rússia, aliada a várias outras nações: “Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal, e profetiza contra ele (...) Persas, etíopes, e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gômer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, do extremo norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo” (Ezequiel 38:2,5-6). Na batalha de Armagedom o exército será formado pelos exércitos de todas as nações da terra: “Porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios; os quais vão ao encontro dos reis da terra e de todo o mundo, para os congregar para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-Poderoso”(Apocalipse 16:14).Na invasão russa, os invasores virão do norte de Israel: “Gômer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, do extremo norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo” (Ezequiel 38:6). Na batalha de Armagedom eles virão da terra toda: “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército” (Apocalipse 19:19).Magogue (Rússia) invadirá Israel para tomar despojo: “E dirás: Subirei contra a terra das aldeias não muradas; virei contra os que estão em repouso, que habitam seguros; todos eles habitam sem muro, e não têm ferrolhos nem portas; A fim de tomar o despojo, e para arrebatar a presa, e tornar a tua mão contra as terras desertas que agora se acham habitadas, e contra o povo que se congregou dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra” (Ezequiel 38:11-12). No Armagedom eles virão para destruir Israel da face da terra (Apocalipse 19:19).Algumas nações protestarão a invasão russa de Israel: “Sebá e Dedã, e os mercadores de Társis, e todos os seus leõezinhos te dirão: Vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste a tua multidão para arrebatar a tua presa? Para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e os bens, para saquear o grande despojo?” (Ezequiel 38:13),mas no Armagedom nenhuma nação protestará a batalha, pois todas participarão nessa guerra: “Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, e as mulheres forçadas; e metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será extirpado da cidade” (Zacarias 14:2).Gogue (o líder da Rússia) será o líder da invasão em Ezequiel: “Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal, e profetiza contra ele, E dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal” (Ezequiel 38:2-3).          

O anticristo será o líder da batalha de Armagedom:“E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, e ajuntai-vos à ceia do grande Deus; Para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam; e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo, e ao seu exército. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes”(Apocalipse 19:17-21).Israel estará relativamente em paz quando essa invasão ocorrer. “E dirás: Subirei contra a terra das aldeias não muradas; virei contra os que estão em repouso, que habitam seguros; todos eles habitam sem muro, e não têm ferrolhos nem portas”(Ezequiel 38:11). Israel estará sofrendo demais quando chegar a batalha de Armagedom. O capítulo todo de Apocalipse 12 fala sobre isso.Os exércitos em Ezequiel serão destruídos por contenda entre si, doença, desastres naturais...: “Porque chamarei contra ele a espada sobre todos os meus montes, diz o Senhor Deus; a espada de cada um se voltará contra seu irmão. E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele” (Ezequiel 38:21-22). No Armagedom, os exércitos do anticristo serão destruídos pela espada que sai da boca de Jesus Cristo: “E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes” (Apocalipse 19:21).


A  FUTURA  INVASÃO  RUSSA  DE  ISRAEL
            Os capítulos 38 e 39 de Ezequiel relatam essa invasão russa de Israel. O capítulo 38:1-2 diz que Deus estará contra as nações invasora.
1. Os Invasores:
1.1. Gogue e Magogue – Gogue é o líder e Magogue é a sua terra: “Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, dirige o teu rosto contra Gogue, terra de Magogue, príncipe e chefe de Meseque, e Tubal, e profetiza contra ele” (38:1-2). “Ma”     significa terra. A palavra “Gogue” quer dizer “rosh”. Todos concordam que Gogue e Magogue falam da nação de Rússia. Pode ver que a palavra “Rússia” vem da palavra “Rosh”. Meseque e Tubal são cidades da Rússia, são nomes para as modernas cidades de Moscou e Tobolsk.1.2. Os Aliados da Rússia – Estes países são mencionados em 38:5-6: “Persas, etíopes, e os de Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gômer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, do extremo norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo”.Pérsia – conhecida hoje em dia como Irã.Etiópia – Etiópia e outras nações africanas.Pute – Líbia.Gômer e todas as suas tropas – Alemanha e outras nações para o Mar Negro. Provavelmente a Europa Oriental.A Casa de Togarma, do extremo norte, e todas as suas tropas – Armênia, provavelmente as repúblicas ao sul da Rússia e a Turquia. A maioria dessas            nações é mulçumana.            Observe que esses países já estão aliados à Rússia hoje em dia e a Rússia está tentando uni-los como inimigos de Israel.
2. Os Países Inimigos de Israel:
            Alguns países que agora são declarados inimigos de Israel não estão na lista dos países aliados à Rússia. Por exemplo: Síria, Jordânia, Egito, Palestinos e outros. Por que não estão incluídos?            Quando essa invasão acontecer a Bíblia fala que Israel estará gozando paz na sua terra. Mas como? Agora Israel está cercada de inimigos por todo lado e por dentro das suas fronteiras também. Israel vai conquistar esses países ao seu redor para assegurar a sua paz? É uma boa possibilidade. A profecia contra Edom indica isso. Leia o livro de Obadias para ver essa profecia.
3. O Protesto dessa Invasão por Alguns Países:
Alguns países protestarão essa invasão liderada e chefiada pela Rússia.     “Sebá e Dedã, e os mercadores de Társis, e todos os seus leõezinhos te dirão: Vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste a tua multidão para arrebatar      a tua presa? Para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e os bens, para saquear o grande despojo?” (Ezequiel 38:13). Esse protesto será feito verbalmente, não militarmente.3.1. Sebá e Dedã – São cidades da Arábia Saudita. Pode ser os estados ricos de petróleo.3.2. Társis e todos os seus leõezinhos – Társis se refere provavelmente a Cartago, que foi fundada pelos Fenícios. A palavra Társis significa “fundição”. Os Fenícios estabeleceram fundições em vários países, inclusive Espanha, Inglaterra e talvez na América. Provavelmente fala desses países e de outros também, que são chamados os países ocidentais. Por isso diz “e todos os seus leõezinhos”, isso pode indicar a inclusão da América. A Fenícia original é o moderno Líbano. Esse país deve ser aliado com os demais países mencionados. Eles protestarão a invasão de Israel, mas somente de maneira verbal, não militar.
4. A Invasão.
4.1. Israel estará em paz, relativamente falando. “Depois de muitos dias serás visitado. No fim dos anos virás à terra que se recuperou da espada, e que foi congregada dentre muitos povos, junto aos montes de Israel, que sempre se faziam desertos; mas aquela terra foi tirada dentre as nações, e todas elas habitarão seguramente (...) Portanto, profetiza, ó filho do homem, e dize a Gogue: Assim diz o Senhor Deus: Porventura não o saberás naquele dia, quando o meu povo Israel habitar em segurança?” (Ezequiel 38:8,14).4.2. Os invasores virão como uma tempestade e como uma nuvem para cobrir a terra: “Então subirás, virás como uma tempestade, far-te-ás como uma nuvem para cobrir a terra, tu e todas as tuas tropas, e muitos povos contigo (...) E subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem, para cobrir a terra. Nos últimos dias sucederá que hei de trazer-te contra a minha terra, para que os gentios me conheçam a mim, quando eu me houver santificado em ti, ó Gogue, diante dos seus olhos” (Ezequiel 38:9,16). A Bíblia indica que muitos soldados invadirão a terra de Israel pelo fato que levará sete meses para sepultar os mortos e sete anos para queimar as armas: “E os habitantes das cidades de Israel sairão, e acenderão o fogo, e queimarão as armas, e os escudos e as rodelas, com os arcos, e com as flechas, e com os bastões de mão, e com as lanças; e acenderão fogo com elas por sete anos (...) E a casa de Israel os enterrará durante sete meses, para purificar a terra. Sim, todo o povo da terra os enterrará, e será para eles memorável dia em que eu for glorificado, diz o Senhor Deus. E separarão homens que incessantemente percorrerão a terra, para que eles, juntamente com os que passam, sepultem os que tiverem ficado sobre a face da terra, para a purificarem; durante sete meses farão esta busca” (Ezequiel 39:9,12-14).4.3. Os invasores virão do extremo norte: “Virás, pois, do teu lugar, do extremo norte, tu e muitos povos contigo, montados todos a cavalo, grande ajuntamento, e exército poderoso” (Ezequiel 38:15). É interessante que a cidade de Moscou fique diretamente para o norte de Israel.4.4. Os invasores virão para tomar o despojo: “A fim de tomar o despojo, e para arrebatar a presa, e tornar a tua mão contra as terras desertas que agora se acham habitadas, e contra o povo que se congregou dentre as nações, o qual adquiriu gado e bens, e habita no meio da terra. Sebá e Dedã, e os mercadores de Társis, e todos os seus leõezinhos te dirão: Vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste a tua multidão para arrebatar a tua presa? Para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e os bens, para saquear o grande despojo?” (Ezequiel 38:12-13). Israel é um país rico por causa dos judeus abastados em bens, inteligência e tecnologia.4.5. Essa invasão é a vontade de Deus: “E te farei voltar, e porei anzóis nos teus queixos, e te levarei a ti, com todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos com primor, grande multidão, com escudo e rodela, manejando todos a espada (...) Depois de muitos dias serás visitado. No fim dos anos virás à terra que se recuperou da espada, e que foi congregada dentre muitos povos, junto aos montes de Israel, que sempre se faziam desertos; mas aquela terra foi tirada dentre as nações, e todas elas habitarão seguramente (...) E subirás contra o meu povo Israel, como uma nuvem, para cobrir a terra. Nos últimos dias sucederá que hei de trazer-te contra a minha terra, para que os gentios me conheçam a mim, quando eu me houver santificado em ti, ó Gogue, diante dos seus olhos. Assim diz o Senhor Deus: Não és tu aquele de quem eu disse nos dias antigos, por intermédio dos meus servos, os profetas de Israel, os quais naqueles dias profetizaram largos anos, que te traria contra eles? Sucederá, porém, naquele dia, no dia em que vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, que a minha indignação subirá à minha face. Porque disse no meu zelo, no fogo do meu furor, que, certamente, naquele dia haverá grande tremor sobre a terra de Israel” (Ezequiel 38:4,8,16-19). Por quê? Para que Deus possa julgar essas nações justamente pela sua rebelião contra Ele.4.6. Deus vencerá os invasores pelo Seu próprio poder: “Porque disse no meu zelo, no fogo do meu furor, que, certamente, naquele dia haverá grande tremor sobre a terra de Israel; De tal modo que tremerão diante da minha face os peixes do mar, e as aves do céu, e os animais do campo, e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, e todos os homens que estão sobre a face da terra; e os montes serão deitados abaixo, e os precipícios se desfarão, e todos os muros desabarão por terra. Porque chamarei contra ele a espada sobre todos os meus montes, diz o Senhor Deus; a espada de cada um se voltará contra seu irmão. E contenderei com ele por meio da peste e do sangue; e uma chuva inundante, e grandes pedras de saraiva, fogo, e enxofre farei chover sobre ele, e sobre as suas tropas, e sobre os muitos povos que estiverem com ele. Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o Senhor” (Ezequiel 38:19-23). “Tu, pois, ó filho do homem, profetiza ainda contra Gogue, e dize: Assim diz o Senhor Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe e chefe de Meseque e de Tubal. E te farei voltar, mas deixarei uma sexta parte de ti, e far-te-ei subir do extremo norte, e te trarei aos montes de Israel. E, com um golpe, tirarei o teu arco da tua mão esquerda, e farei cair as tuas flechas da tua mão direita. Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os povos que estão contigo; e às aves de rapina, de toda espécie, e aos animais do campo, te darei por comida. Sobre a face do campo cairás, porque eu o falei, diz o Senhor Deus. E enviarei um fogo sobre Magogue e entre os que habitam seguros nas ilhas; e saberão que eu sou o Senhor”(Ezequiel 39:1-6). Essas catástrofes serão feitas por Deus mesmo. Será não só em Israel, contra os seus invasores, mas também na própria terra da Rússia. Além de tudo que acontecerá, cinco em seis homens de guerra vão morrer, isso vai praticamente acabar com a nação da Rússia. Todos saberão que Deus que fez tudo isso e não os homens nem os elementos naturais. “Assim eu me engrandecerei e me santificarei, e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações; e saberão que eu sou o Senhor”(Ezequiel 38:23). Até Israel saberá que foi Deus quem fez: “E saberão os da casa de Israel que eu sou o Senhor seu Deus, desde aquele dia em diante” (Ezequiel 39:22).4.7. Será o tempo oportuno para o anticristo se levantar e fazer uma aliança de paz e segurança de sete anos com Israel. Israel aceitará o anticristo como sendo o Messias. “E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Daniel 9:26-27).

O destino por Walcyr Carrasco


Certa noite, um amigo abriu a geladeira, morto de fome. Vazia. Resolveu comer uma pizza. Andou dez quadras, até encontrar uma pizzaria aberta no centro de São Paulo. Percebeu uma garota sentada sozinha, na mesa de trás, mas nem a olhou direito. Quando o refrigerante chegou, viu que não era o diet pedido. O garçom acabara de servir a mesa de trás. Virou-se. Perguntou à garota se não haviam trocado seus refrigerantes. Ela concordou. Trocaram as garrafas. Conversaram alguns minutos, ela contou que não morava em São Paulo, estava na cidade por alguns dias. Ele sentiu vontade de pedir seu telefone, mas não ousou. Foi embora com a garota na cabeça. Na tarde seguinte, subiu a pé a Rua da Consolação, para visitar um amigo. Ela descia. Pararam. Conversaram. Ele a convidou para sair. Faz 15 anos. Estão até hoje juntos. Outro dia, ele me perguntava:


– Existe destino? Se eu não tivesse ido comer aquela pizza, se o garçom não tivesse trocado as garrafas, estaríamos juntos?


Não tenho resposta. Às vezes a vida parece programada para que as coisas aconteçam de um jeito inesperado, em que tudo se encaixa. Nem sempre de forma maravilhosa. Há o caso da mulher cujo filho sonhava em esquiar. Negociava um pacote para Bariloche, quando o agente de viagens propôs outro para o Canadá. O filho partiu. Durante a viagem, foi atravessar uma ponte que ruiu. Morreu na queda.


– Se meu filho tivesse ido para Bariloche, estaria vivo? – ela se pergunta.


Há casos, inúmeros, em que a Roda da Fortuna parece agir. Há vários casos de atrizes e modelos famosas que nem pretendiam entrar para o ramo. Foram apenas acompanhar uma amiga no dia do teste. Na hora, resolveram fazer também e estão aí até hoje. Pelo que sei, foi o que aconteceu com Gisele Bündchen, que foi ao teste acompanhar a irmã. Há histórias de passageiros que perdem o voo, e o avião explode. E outros que antecipam a viagem para perder a vida nas nuvens. Uma aparente coincidência pode mudar o rumo de uma vida. Como no caso do sujeito que procura emprego e conhece por acaso o dono de uma grande empresa.


Eu mesmo já vivi situações em que parece haver uma lógica acima da minha vontade. Até que, para o jornalista, isso é parte do cotidiano. É preciso esforço para conseguir notícias em primeira mão. Às vezes elas simplesmente caem no colo. Fui jornalista boa parte da minha vida e sei como é. Certa vez, quando era iniciante, fui fazer uma matéria sobre implante de cabelos. Faz bem uns 30 anos. Escolhi um médico ao acaso, queria somente os dados técnicos. Durante a entrevista, percebi que ele estava absolutamente desconfortável. E me encarava com desconfiança, enquanto eu perguntava sobre técnica após técnica. A certo momento, ele explodiu:


– Abra o jogo de uma vez. Como sabe que fiz o implante do Roberto Carlos?


Não tinha a menor ideia de que Roberto Carlos fizera implante. Era segredo. Assumi um ar misterioso, disse que não revelaria minhas fontes. Saí com um furo maravilhoso, que contribuiu para minha ascensão na revista. Sorte? Era meu destino me afirmar como jornalista?


Os gregos antigos acreditavam que o Destino era regido por três entidades, as Moiras. Elas fiavam a vida dos seres humanos. Em seu tear, a Roda da Fortuna. O alto correspondia ao melhor momento da vida da pessoa. O baixo, ao pior. Mas o Destino, em si, não era bom nem mau. Era apenas parte da teia da vida da humanidade. Embora, segundo os gregos, tentar fugir ao Destino ocasionasse a tragédia. Quando Édipo nasce, prevê-se que ele mataria o pai e se casaria com a mãe. O pai manda que seja morto, mas o bebê é dado a outra família. Ao crescer, Édipo cumpre exatamente a previsão: mata o pai e se casa com a mãe. Teria acontecido se fosse criado pelos verdadeiros pais?


Quem não acredita em Destino afirma que nossas escolhas nos levam inexoravelmente ao futuro. Não acredito que a vida esteja completamente em nossas mãos. Recentemente, um homem teve um ataque cardíaco em casa. A família conseguiu rapidamente uma ambulância. No trajeto para o hospital, ele já recebia os primeiros socorros. Em plena Avenida dos Bandeirantes, em São Paulo, a ambulância sofreu um acidente. Morreram o médico e o paciente. Seria destino do homem morrer naquele dia? Ou do médico? Ou dos dois? Em casos como esses, a gente sente que a mão do Destino muitas vezes nos agarra de surpresa.

Existe destino?


Conceito de destino sofisticou-se com o tempo. Ele se tornou fundamental para a filosofia e a religião. E continua até hoje. Tanto que uma das doutrinas mais antigas sobre o assunto ainda está em voga: a do carma, elaborada há pelo menos 3 mil anos na Índia. 

De acordo com ela, nada acontece por acaso: todos os fatos na vida de um indivíduo são consequência de suas ações em existências passadas. "Nosso caráter é resultante total de nosso passado, e o nosso futuro será determinado por nosso presente. Quando dizemos que algo ocorreu por acaso ou por acidente, isso se deve ao nosso conhecimento limitado dos fatos", diz Swami Nirmalaiatmananda, líder do movimento religioso vedanta no Brasil. Embora o plano geral de nossa vida já esteja traçado antes do nascimento, a teoria do carma deixa espaço à liberdade humana: cada pessoa pode tentar agir com virtude e ir "descontando" a carga das vidas passadas. Quem acertar as contas cármicas será recompensado na próxima reencarnação; mas quem ficar no vermelho terá de pagar com acidentes e desgraças. 

Alguns pensadores da Grécia antiga tinham uma visão parecida, mas menos liberal: defendiam que não dá para escapar do que estiver reservado para você. Eram os adeptos do estoicismo, uma das correntes filosóficas mais influentes da Antiguidade. De acordo com os estoicos, o futuro é tão inalterável quanto o passado. Zero de livre-arbítrio. 

Na mesma época em que o estoicismo ganhava força, por volta do século 4 a.C., surgiu uma corrente com ideias opostas: o epicurismo. Se os estoicos achavam que o Universo era uma ordem perfeita, Epicuro afirmava que a essência de tudo o que existe é o caos. O nosso mundo e a nossa vida seriam fruto do acaso. E pronto. Essa ideia seria retomada no século 20 por filósofos existencialistas, como Jean-Paul Sartre. Para ele, acreditar em um futuro com cartas marcadas equivalia a escapar da responsabilidade de tomar decisões. Os existencialistas afirmaram, com isso, a total liberdade humana - mas também legaram um medo: o de que podemos viver em um mundo que não faça sentido. Afinal, isso vai contra aquele instinto básico do cérebro de tentar ver sentido, ordem, em tudo.

Na história do cristianismo - e das outras religiões monoteístas -, o problema do destino assumiu vestimentas teológicas. A história da traição de Judas a Jesus ilustra bem isso. Os Evangelhos deixam bem claro que a crucificação de Cristo fazia parte dos planos divinos - mas a cruz só foi possível graças ao maligno feito de Judas. Nesse caso, Judas estaria predestinado a ser mau? A resposta mais radical foi dada pelo protestante francês João Calvino no século 16. Na obra Instituição da Religião Cristã, ele formulou a teoria da predestinação. Segundo ela, Deus escolheu de antemão um (pequeno) número de pessoas para a salvação eterna - e condenou previamente a maioria das pessoas ao inferno. Assim como Judas, a maior parte da humanidade estaria simplesmente destinada ao mal e à punição. "Se a negação do destino traz angústia pela responsabilidade das escolhas humanas, a doutrina da predestinação angustia porque, no fundo, não temos como saber qual a escolha divina", explica o filósofo Franklin Leopoldo Silva, da Faculdade de São Bento, em São Paulo. 

Calvino acreditava que a misericórdia divina poderia eventualmente alterar os destinos - mas, no século 20, fundamentalistas protestantes dos EUA reciclaram a doutrina calvinista para criar a chamada "teologia da prosperidade". Segundo eles, a riqueza e a boa sorte nos negócios são sinais de que determinada pessoa foi "escolhida para o paraíso", enquanto a pobreza e o azar são indícios de que alguém já está previamente condenado ao inferno. Um raio na cabeça seria evidência indiscutível de que, antes mesmo de seu nascimento, Deus já havia decidido que você não presta.Mas esse conceito radical de destino está longe de ser a regra mesmo entre os protestantes. No catolicismo, muito menos. O Vaticano sempre frisou o livre-arbítrio como uma peça necessária à responsabilidade moral. Afinal, se as pessoas fossem boas ou más por decreto divino, qual o sentido de recompensá-las ou puni-las? 

A teologia muçulmana também procurou um meio-termo entre o livre-arbítrio e a potência divina: o homem é livre para agir, mas Deus já sabe de antemão o que cada um de nós vai fazer ou deixar de fazer. "Deus tem o pré-conhecimento de todas as escolhas que tomaremos, mas não nos obriga a tomá-las; sabe tudo o que vai acontecer, mas não provoca os acontecimentos", explica Sami Arrmed Isbelle, diretor da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro. 

O surreal é que a ideia de um futuro predeterminado e, ao mesmo tempo, inescrutável, tem uma colaboradora inusitada: a ciência. Ela mesma indica que, sim, seu futuro está escrito. Como disse Einstein em pessoa: "A distinção entre passado, presente e futuro é uma ilusão". E a a realidade está na próxima página. 

segunda-feira, maio 11, 2015

A loucura de amar

Assim como ninguém sabe exatamente o que é o amor, também não se sabe com certeza por que o dia de São Valentim (14 de fevereiro) é o dia dos apaixonados. Uma das suposições mais aceitas é essa: São Valentim era um sacerdote romano lá pelo ano 200, época em que o imperador decidiu proibir os casamentos dos mais jovens com o argumento de que o casamento debilitava os soldados. No entanto, contrário à medida, São Valentim celebrava casamentos às escondidas de quem assim o solicitava. Esse papel de casamenteiro o consagrou como patrono do amor (e também fez com que morresse martirizado). Mas essa é uma lenda a mais entre tantas outras que surgiram para explicar a questão. De forma parecida, muitos já tentaram elucidar o que é o amor, o que acontece quando ele aparece. E a ciência não se furta a esse interesse. Assumindo que todo sentimento tem um correlato físico (o coração não se acelera se um mensageiro químico não “lhe diz” que faça isso), muitos cientistas orientaram suas pesquisas recentemente no sentido de definir o que acontece no cérebro quando alguém se apaixona. Em uma tentativa de ir além das lendas, essas são cinco coisas, umas mais e outras menos insólitas, que o amor provoca em sua mente.

1. Cria vício

Entre as áreas cerebrais estimuladas pelo amor, algumas se destacam sobremaneira: são as que formam o circuito de recompensa. Entre elas, impõe-se o chamado núcleo accumbens, uma pequena região situada alguns centímetros atrás de seus olhos, muito sensível à dopamina —neurotransmissor que aumenta com a paixão— e ao qual se conhece, popularmente, como o centro do prazer. É ele que é ativado especialmente quando recebemos um prêmio, quando temos sede e bebemos água ou quando consumimos praticamente todo tipo de droga. Realmente, o circuito de recompensa é também o circuito do vício, daí o caráter viciante das primeiras fases do amor. “O aumento da dopamina é muito grande no início das relações”, comenta Larry Young, pesquisador de neurociência do comportamento da Universidade de Emory, em Atlanta, e autor do livro Química entre nós. Amor, sexo e a ciência da atração. “De fato, vimos que os ratos que perdem seus companheiros se deprimem de uma forma muito parecida ao que acontece com um viciado de quem se retira a cocaína ou a heroína”, acrescenta. Mas não só isso: o aumento da dopamina ocorre em paralelo à redução central de outro transmissor, a serotonina, e essa falta acontece também nos transtornos obsessivos, de cujos traços principais o amor não está muito longe.


A paixão não é uma doença, mas cerebralmente e de longe pode parecer

2. Remete à família, queiramos ou não

A ocitocina e a vasopressina são dois pequenos hormônios cuja produção máxima acontece em momentos aparentemente distantes da paixão: no parto e durante a amamentação (à medida que o bebê suga o peito). Entre suas muitas funções estão a de fortalecer o vínculo entre a mãe e o filho. E o amor (romântico) também se aproveita dele. Na paixão, parece aumentar a produção de ocitocina e vasopressina, contribuindo assim para fortalecer a relação. Isso tem sentido do ponto de vista evolutivo: gasta-se um tempo e uma energia consideráveis para se encontrar um parceiro idôneo. Uma vez conseguido, o laço deve ser reforçado para tentar garantir que ambos cuidarão da possível descendência. Pelo menos é assim que a natureza tende a “pensar”.

3. Obscurece o julgamento e a razão

Para identificar as regiões do cérebro ativadas com a paixão, os cientistas costumam usar o que se conhece como ‘ressonância magnética funcional’. Essa técnica capta a maior ou menor chegada de oxigênio a cada área, um sinônimo da demanda que a atividade cria. Ainda que seja um procedimento um tanto problemático (melhor não confiar em uma pesquisa só), vários trabalhos chegaram a conclusões parecidas. Foi assim que se viu que, durante a paixão, o circuito de recompensa trabalha com especial fervor, e que o córtex pré-frontal parece “desligar”. Esta última é a área do cérebro mais propriamente humana, a responsável fundamental por nossa capacidade de raciocinar e emitir julgamentos elaborados. As consequências são evidentes: o amor obscurece, pelo menos sobre a pessoa amada, a capacidade crítica. Isso explicaria a crença de que “o amor é cego”, ou até a frase de Ortega y Gasset, que o definiu como “um estado de imbecilidade transitório”. Mas obedece a uma razão: aumenta as possibilidades de união. Ou, como Nietzsche resumiu antes, “sempre há algo de loucura no amor, mas sempre há algo de razão na loucura”.

4. Produz estresse e dá valor



Como resumiu Nietzsche, “sempre há algo de loucura no amor, mas sempre há algo de razão na loucura”
O amor produz uma onda de estresse ao longo do tempo. Trata-se, em princípio, de uma ativação do eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal, o que significa, entre outras coisas, que o cérebro manda sinais para produzir mais adrenalina. Uma interpretação que se faz é que esse grau de estresse permite superar o medo inicial, o que se conhece como neofobia. Com os meses, no entanto, o mecanismo diminui, dando lugar a uma sensação de tranquilidade (os demais hormônios e circuitos envolvidos também se ajustam com o tempo). O curioso é que este fenômeno é um dos poucos em que os acontecimentos cerebrais entre amor romântico e maternal não se sobrepõem. Porque no cérebro de uma mãe (possivelmente também no do pai, mas os estudos foram feitos especialmente no primeiro caso, onde as mudanças hormonais são mais pronunciadas) também tem lugar uma ativação da área de recompensa e um aumento de dopamina; igualmente, há um aumento claro de oxitocina e vasopressina; e também se produz uma inibição do córtex pré-frontal (a mãe “suspende o julgamento” quando se trata de seu filho). De fato, essa correspondência entre ambos os tipos de amor levou a pensar que o amor romântico evoluiu que um sistema mais antigo: o do amor de uma mãe por seu filho. Entretanto, neste caso, não há uma reação do hipotálamo, como a que ocorre nos casais.

5. Torna-o monógamo (ou não)

A ciência ainda não foi capaz de determinar se, por natureza, somos monógamos, polígamos ou monógamos sequenciais, mas se sabem algumas das coisas que influem nessa realidade. Pelo menos em ratos. Os roedores do campo são monógamos convictos, profundamente fiéis a seu parceiro. Os da montanha, pelo contrário, são promíscuos contumazes. A explicação? Os primeiros têm muitos mais receptores de oxitocina e vasopressina nas áreas de recompensa. De fato, quando estes hormônios são bloqueados no laboratório, os ratos do campo se comportam como se fossem ratos da montanha, sem nenhum tipo de memória nem predileção especial por qualquer de seus parceiros. Os humanos não são ratos. É evidente que nossa fidelidade depende de muito mais fatores que nesses animais. Mas tampouco parecemos imunes. Algumas variações nos receptores de vasopressina, por exemplo, foram associadas a uma maior ou menor promiscuidade. Não são determinantes, mas constituem um fator que pode chegar a intervir. Como comenta Larry Young, algumas pesquisas observaram que quando se ministrava oxitocina intranasal a homens que estavam em uma relação, achavam suas parceiras mais atraentes do que quando se ministrava placebo. “Mas acontecia somente com suas parceiras: a oxitocina não aumentava sua atração por outras mulheres de aparência semelhante, nem ativava suas áreas de recompensa como ocorria quando viam suas companheiras”, esclarece.
Em resumo, você pode estar pensando que a ciência ainda não sabe muito sobre o amor. Pode ser. Talvez esteja convencido de que a razão não pode compreender a paixão em toda sua complexidade. Muitos cientistas também acreditam. O próprio Larry Young, sem ir mais longe, opina: “A ciência será capaz de nos dizer muitas coisas sobre a química e os mecanismos cerebrais envolvidos no amor. Mas não nos fará entender sua magia. Isso só se pode entender estando apaixonado”. E acrescenta: “É possível que sua essência seja melhor entendida com a poesia, a música ou a arte, mas a ciência pode contribuir para compreender parte de seu mistério”. Porque o que é óbvio é que todo sentimento tem sua contraparte física, e que, em boa medida, esta pode ser estudada. Até onde chegará sua explicação, isso ninguém sabe.

Onde está o amor dentro do cérebro?

O novo amor pode parecer para todo o mundo como uma doença mental, uma mistura de mania, demência e obsessão que afasta as pessoas de amigos, parentes e leva a um comportamento incomum – telefonemas compulsivos, serenatas, gritar dos telhados-- que poderia quase ser confundido com psicose.
 Agora, pela primeira vez, os neurocientistas produziram imagens do cérebro desta atividade febril, antes de ela se estabelecer na fase vinho e rosas do romance ou da rotina conjunta dos cartões de festas assinados por ambos do compromisso de longo prazo.
 Em uma análise das imagens que aparece na revista "The Journal of Neurophysiology", pesquisadores de Nova York e Nova Jersey argumentam que o amor romântico é um impulso biológico distinto do excitação sexual.
 Ele está mais próximo em seu perfil neural a impulsos como fome, sede ou anseio por drogas, do que a estados emocionais como excitação ou afeição. 
À medida que o relacionamento se aprofunda, sugerem os escaneamentos do cérebro, a atividade neural associada ao amor romântico sofre leve alteração, e em alguns casos estimula áreas profundas do cérebro primitivo que estão envolvidas no compromisso de longo prazo.
 A pesquisa ajuda a explicar o motivo de o amor produzir emoções tão díspares, de euforia e raiva até ansiedade, e o motivo de parecer se tornar ainda mais intenso quando se é privado dele.
 Em uma experiência separada, em andamento, os pesquisadores estão analisando imagens do cérebro de pessoas que foram rejeitadas pela pessoa amada. "Quando você sofre deste amor romântico ele é esmagador, você fica fora de controle, irracional, você vai à academia às 6h todo dia --por quê? Porque ela está lá", disse a dra. Helen Fisher, uma antropóloga da Universidade Rutgers e co-autora da análise. "E quando rejeitadas, algumas pessoas contemplam perseguição, homicídio, suicídio. Este impulso por amor romântico pode ser mais forte do que a vontade de viver."
 A tecnologia de imagens do cérebro não pode ler a mente das pessoas, alertam os especialistas, e um fenômeno com tantos aspectos e influências sociais como o amor transcende simples gráficos de computador, como os produzidos pela técnica empregada no estudo, chamada de Imagem por Ressonância Magnética (IRM) funcional. Ainda assim, o dr. Hans Breiter, diretor da Colaboração de Neurociência da Motivação e Emoção do Hospital Geral de Massachusetts, disse: "Eu desconfio de 95% da literatura de IRM, mas daria um `A` para este estudo; ele realmente promove um avanço em termos da compreensão do amor passional".
 Ele acrescentou: "Os resultados se enquadram muito bem dentro de um corpo maior e crescente de literatura que descreve o sistema de recompensa e aversão no cérebro, e coloca esta construção intelectual do amor diretamente no mesmo eixo das recompensas homeostáticas como comida, calor, anseio por drogas".
 No estudo, Fisher, a dra. Lucy Brown da Faculdade Albert Einstein de Medicina, no Bronx, e o dr. Arthur Aron, um psicólogo da Universidade Estadual de Nova York em Stony Brook, lideraram uma equipe que analisou cerca de 2.500 imagens do cérebro de 17 estudantes universitários que estavam nas primeiras semanas ou meses de um novo amor. Os estudantes olhavam para uma foto da pessoa amada enquanto um aparelho de IRM escaneava o cérebro deles. Os pesquisadores então compararam as imagens com outras obtidas enquanto os estudantes olhavam para uma foto de um conhecido.
 A tecnologia de IRM funcional detecta o aumento ou diminuição do fluxo de sangue no cérebro, o que reflete mudanças na atividade neural. No estudo, um mapa gerado por computador das áreas particularmente ativas mostrou pontos acesos nas profundezas do cérebro, abaixo da consciência, em áreas chamadas de núcleo caudado e área ventral tegumentar, que se comunicam uma com a outra como parte de um circuito.
 Estas áreas possuem alta densidade de células que produzem ou recebem uma substância química do cérebro chamada dopamina, que circula ativamente quando as pessoas desejam ou antecipam uma recompensa. Em estudos envolvendo apostadores, usuários de cocaína e até mesmo pessoas jogando jogos de computador por pequenas quantias de dinheiro, estes pontos de dopamina se tornam extremamente ativos quando as pessoas vencem, disseram os neurocientistas.
 Mas se apaixonar está entre os comportamentos humanos mais irracionais, não apenas uma questão de satisfazer um simples prazer ou obter uma recompensa. E os pesquisadores descobriram que um ponto em particular nas imagens por ressonância magnética, no núcleo caudado, ficava particularmente ativo em pessoas que marcaram muitos pontos em um questionário que media o amor passional.
 Esta região ligada à paixão estava no lado oposto do cérebro de outra área que registra atração física, descobriram os pesquisadores, e parece estar envolvida no anseio, desejo e na atração inexplicável que as pessoas sentem por alguém, entre muitos parceiros alternativos atraentes. Esta distinção, entre achar alguém atraente e desejá-lo ou desejá-la, entre gostar e querer, "acontece em uma área do cérebro mamífero responsável pelas funções mais básicas, como comer, beber, o movimento dos olhos, tudo em um nível inconsciente, e não acho que alguém esperaria que esta parte do cérebro fosse tão especializada", disse Brown. 
A intoxicação do novo amor abranda com o tempo, é claro, e resultados de escaneamentos do cérebro refletem alguma evidência desta mudança, disse Fisher. Em um estudo anterior de IRM funcional do romance, publicado em 2000, pesquisadores da University College London monitoraram a atividade cerebral de homens e mulheres jovens que mantiveram relacionamentos por cerca de dois anos. As imagens do cérebro, também obtidas enquanto os participantes olhavam fotos da pessoa amada, mostraram a ativação de muitas das mesmas áreas apontadas no novo estudo – mas significativamente menos na região ligada ao amor passional, ela disse. No novo estudo, os pesquisadores também viram diferenças individuais em seu grupo de amantes aflitos, baseado em quanto tempo os participantes estavam nos relacionamentos.


 Comparados com os estudantes que estavam nas primeiras semanas de um novo amor, aqueles que foram separados por um ano ou mais mostraram maior atividade significativa em uma área do cérebro associada ao compromisso de longo prazo.No verão passado, cientistas na Universidade Emory em Atlanta informaram que ao injetar um único gene em um animal chamado rato-calunga, isto transformou machos promíscuos em pais que ficam em casa – ao ativar precisamente a mesma área do cérebro onde os pesquisadores no novo estudo encontraram aumento de atividade com o tempo.
 "Isto é muito sugestivo de como ocorrem os processos de compromisso", disse Brown. "É possível imaginar um tempo em que em vez de ir ao (site) Match.com você poderá fazer um teste para descobrir se é do tipo que se compromete ou não." Um motivo para o novo amor ser de parar o coração é a possibilidade, o medo sempre presente, de que o sentimento possa não ser inteiramente correspondido, de que o sonho possa acabar repentinamente. Rompimento e caos Em uma experiência posterior, Fisher, Aron e Brown realizaram escaneamentos dos cérebros de 17 homens e mulheres jovens que tinham sido recentemente abandonados por seus parceiros. Como no estudo do novo amor, os pesquisadores compararam os dois conjuntos de imagens, um realizado quando os participantes estavam olhando para a foto de um amigo ou amiga, o outro quando olhavam para a foto do ou da ex.
 Apesar de ainda estarem analisando as imagens, os pesquisadores notaram um resultado preliminar: o aumento da atividade em uma área do cérebro associada ao amor passional. "Isto parece sugerir o que a literatura psicológica, a poesia e as pessoas já notaram há muito tempo: o fato de ser rejeitado na verdade acentua o amor romântico, um fenômeno que chamo de frustração-atração", disse Fisher em uma mensagem por e-mail. Uma voluntária do estudo foi Suzanna Katz, 22 anos, de Nova York, que sofreu com o rompimento com seu namorado há três anos. Katz disse que se tornou hiperativa para se distrair após a separação, mas disse que ainda sente momentos de sofrimento físico, como se estive se curando de uma droga.
 "Tinha pouco a ver com ele, e mais com o fato de que havia algo lá, dentro de mim, uma esperança, um conhecimento da existência de alguém lá fora para você e que você é capaz de se sentir desta forma, e repentinamente me senti como se isso tivesse sido perdido", disse ela em uma entrevista. 
E não é de se estranhar. Em uma série de estudos, os pesquisadores descobriram que, entre outros processos, o novo amor envolve a internalização psicológica da pessoa amada, absorvendo elementos das opiniões da outra pessoa, hobbies, expressões e personalidade, assim como o compartilhamento dos seus próprios. "A expansão do eu ocorre muito rapidamente, é uma das experiências mais estimulantes que existem e, tirando a ameaça à nossa sobrevivência, é uma das que mais nos motiva", disse Aron, da Estadual de Nova York, um co-autor do estudo. 
Perder tudo isto, de uma só vez, enquanto ainda está apaixonado, provoca o caos nas áreas emocionais, cognitivas e de recompensa mais profundas do cérebro. Mas o aumento da atividade nestas áreas inevitavelmente se acalma. E os circuitos no cérebro relacionados à paixão permanecem intactos, disseram os pesquisadores – intactos e capazes de com o tempo serem ativados por uma nova pessoa.

Graças à ciência moderna, nós sabemos que o amor vive no cérebro, e não no coração. Mas que parte do cérebro este sentimento ativa? Será que é o mesmo local que o desejo sexual? De acordo com pesquisa publicada na revistaJournal of Sexual Medicine, cientistas da Universidade Concordia, no Canadá, foram os primeiros a desenhar um mapa exato da atividade destes dois sentimentos no cérebro.
“Ninguém nunca havia colocado os dois juntos para comparar os padrões de ativação no órgão”, explica Jim Pfaus, um dos autores do estudo, em nota publicada pela universidade. “Nós não sabíamos o que esperar – os sentimentos podiam estar completamente separados. Descobrimos, porém, que o amor e o desejo ativam áreas específicas e relacionadas do cérebro”, conta.
Na pesquisa, os cientistas analisaram os resultados de 20 outros estudos científicos. Os trabalhos haviam examinado atividades cerebrais de indivíduos, enquanto estes eram submetidos a determinadas tarefas, como observar imagens eróticas ou olhar fotografias de pessoas amadas. Ao reunir todos esses dados, os pesquisadores canadenses foram capazes de criar um mapeamento completo do amor e do desejo no cérebro.


Eles descobriram que duas estruturas cerebrais em particular – a ínsula e o estriado – são responsáveis pelo acompanhamento da progressão tanto do desejo sexual, quanto do amor. A ínsula está localizada no meio do cérebro, praticamente dividindo-o em dois. O estriado está bem próximo, porém na parte frontal do órgão, em uma região conhecida como prosencéfalo.
O amor e o desejo sexual, porém, ativam áreas diferentes de cada uma dessas partes. A região específica atingida pelo amor no estriado, por exemplo, é a mesma associada ao vício de drogas. “O amor funciona no cérebro do mesmo jeito que as drogas em pessoas que se tornam viciadas”, explica Jim Pfaus. A diferença, segundo o cientista, é que o vício em narcóticos é um hábito ruim, e o amor é um hábito bom.
Além disso, os pesquisadores descobriram que o desejo sexual deixa as regiões do cérebro mais ativas do que o amor. “Enquanto o desejo tem um objetivo muito específico, o amor é um sentimento mais abstrato e complexo, por isso é menos dependente da presença física de uma pessoa, por exemplo”, conta Pfaus.
De acordo com o pesquisador, a neurociência dá muitas respostas aos cientistas sobre as atividades cerebrais exercidas por fatores como a inteligência e a resolução de problemas, mas ainda há muito a se descobrir sobre o amor. “Eu vejo este trabalho como um grande começo. Acredito que vai estimular outros estudiosos a realizarem mais pesquisas em neurociência social humana, a fim de desvendar de uma vez por todas o que é o amor”




terça-feira, maio 05, 2015

Demência vascular

São vários os fatores que podem desencadear esse problema, mas alguns casos são reversíveisAlterações de comportamento, depressã​o, confusão mental e perda da capacidade de executar tarefas rotineiras. Às vezes tidos como inerentes à velhice, esses sinais jamais devem ser negligenciados, pois podem ser as primeiras ​manifestações de demência, distúrbio caracterizado pela perda progressiva das capacidades cognitivas.Vários fatores podem desencadear a demência. O mais conhecido – e temido – é o Alzheimer, que responde por mais de 50% dos casos. Associada à deterioração progressiva da memória, a doença evolui para outros prejuízos cognitivos, alterações de comportamento e incapacidades. Trata-se de um problema irreversível, tratado com medicamentos que permitem apenas desacelerar o processo.Mas há inúmeras outras causas de demência. Depois do Alzheimer, as demências vasculares são as mais prevalentes no Brasil e outros países em desenvolvimento. Associadas aos mesmos fatores de risco cardiovasculares (gordura, diabetes, colesterol, cigarro, sedentarismo etc.), elas derivam do comprometimento da circulação sanguínea no cérebro. O processo pode afetar diversas partes e funções do órgão.Agir sobre as causas do problema vascular é o caminho para estancar a evolução desse tipo de demência. No entanto, a área cerebral lesionada jamais se recupera. Os danos associados a ela permanecerão, podendo ser minimizados por meio de atividades de reabilitação, principalmente nas fases iniciais.

Medicamentos​
Não há drogas específicas para o tratamento das demências vasculares. Todavia, em vários casos, é comum o emprego das mesmas medicações usadas para o Alzheimer, que melhoram a disponibilidade do neurotransmissor acetilcolina no cérebro. Apesar de terem mecanismos etiológicos diferentes, a demência vascular e o Alzheimer apresentam deficits desse neurotransmissor, que funciona como peça fundamental na comunicação entre os neurônios.Nos estágios mais avançados, tanto as demências vasculares como o Alzheimer apresentam sintomas semelhantes. Mas a evolução é diferenciada. “O Alzheimer tem uma evolução lenta e progressiva. Já a demência vascular tem patamares de estabilizações e de pioras decorrentes das obstruções dos vasos”, explica o Dr. Ivan Hideyo Okamoto, neurologista e coordenador do Núcleo de Excelência em Memória do Einstein. “No Alzheimer é como se você estivesse descendo uma rampa. Na demência vascular é uma escada. O indivíduo pode ficar estacionado num degrau muito tempo e, de repente, pode descer muito rápido”, compara a Dra. Maysa Seabra Cendoroglo, geriatra do Einstein.Ela lembra que também é alta a incidência de demências mistas, frutos da ação conjunta do Alzheimer e dos problemas vasculares, o que potencializa os efeitos negativos. “Seria como se o paciente descesse progressivamente uma rampa intercalada por degraus abruptos”.

Outras demências
Dentre as muitas outras causas de sintomas de demência, há algumas reversíveis, como as relacionadas com hipotireoidismo, infecções por sífilis, hidrocefalia de pressão compensada (há aumento da pressão intracraniana) e deficiência de vitamina B12, entre outras. Quanto mais precoce for o tratamento do problema, maiores são as chances de desaparecimento dos sintomas.Infelizmente, ainda é longa a lista dos quadros demenciais com suas próprias etiologias (muitas delas desconhecidas) e formas de manifestação. A demência de Lewy, por exemplo, de grande incidência nos países desenvolvidos, é caracterizada por um declínio clínico acelerado e pela associação com parkinsonismo precoce, entre outros fatores. Já na demência de Pick (ou doença de Pick) e nas demências frontotemporais, alterações de comportamento e de personalidade são sintomas marcantes.“As demências frontotemporais são mais comuns em pessoas mais jovens. Em pacientes com menos de 60 anos, ela se torna a segunda causa depois do Alzheimer. Ou seja, afeta indivíduos que ainda têm uma vida profissional e social bastante ativa”, afirma o Dr. Ivan. “Com a doença, começam aparecer alterações de comportamento, como agressividade, apatia, depressão, desinibição... De repente, a pessoa pode tirar a roupa em um local público ou simplesmente ficar horas sentada na frente da televisão mesmo ela estando desligada”, exemplifica o neurologista.

Diagnóstico
Sejam quais forem as etiologias associadas aos quadros demenciais, os médicos contam com critérios clínicos bem definidos para o diagnóstico. São avaliados aspectos cognitivos e comportamentais, que prejudicam as atividades rotineiras, declínio em relação a níveis prévios de funcionalidade e desempenho, e demais sintomas que não são explicados por outras doenças psiquiátricas.Além do exame e da entrevista (anamnese) do paciente, são importantes as informações fornecidas pelos familiares ou acompanhantes. E quando o breve exame cognitivo realizado pelo médico não for conclusivo, é solicitada uma avaliação neuropsicológica. Para configurar demência, os deficits cognitivos e comportamentais precisam afetar pelo menos dois dos seguintes domínios: memória, funções executivas, habilidades visoespaciais, linguagem e personalidade.Algumas das ferramentas utilizadas pelos especialistas são a Escala de Atividades Instrumentais de Vida Diária e a Escala de Atividades Básicas de Vida Diária. “Com isso, a queixa do paciente é transformada em números para compararmos se aquilo está dentro ou fora do padrão esperado para a idade”, informa o Dr. Ivan, destacando ainda a importância de conhecer o histórico de evolução da doença para fazer o diagnóstico.A Dra. Maysa ressalta que, na investigação diagnóstica, um ponto relevante é distinguir demência e depressão, além de saber se os dois males estão associados. A depressão pode, sim, ser uma das primeiras manifestações da demência. Mas o paciente com depressão também pode apresentar sintomas que são confundidos com demência. “O fato de a depressão ter sido diagnosticada não afasta completamente a possibilidade de existência de uma demência. É preciso tratar a depressão e, depois, reavaliar o paciente do ponto de vista da cognição para afastar a suspeita de quadro demencial associado”, afirma a geriatra.A médica ressalta, ainda, a importância do suporte familiar. “O paciente demenciado não adoece sozinho. A família também precisa ser amparada e contar com o apoio de profissionais para ajudar a assegurar a qualidade de vida do paciente. Pessoas com demência que se sentem seguras e amparadas têm uma evolução da doença menos complicada”, diz a Dra. Maysa.Qualquer que seja a causa da demência, o diagnóstico precoce faz a diferença. Daí a importância de estar atento a sinais que, absolutamente, não são comuns à idade, e buscar ajuda médica, em geral um geriatra, neurologista ou psiquiatra. Quanto mais cedo identificado o problema, maiores as chances de sucesso no tratamento – seja nos casos reversíveis, seja naqueles em que a medicina, por enquanto, consegue apenas minorar o problema.

Amigurumi e a psicoterapia ajudando na concentração e atenção

  O SIGNIFICADO  DE AMIGURUMI Essa palavra não é brasileira, já deu para perceber né, rs rs.  Pela semelhança com a palavra ORIGAMI já dá pa...