quarta-feira, outubro 12, 2011

O mundo sem Steve Jobs



Não se pode dizer que a morte de Steve Jobs tenha gerado uma comoção inesperada, pois, em vida, o fundador da Apple já era tratado como um guru, um ícone, um mito. As homenagens religiosas via tecnologia concentradas na porta de sua casa, em Palo Alto (Califórnia), ou nas lojas da Apple, espalhadas pelo globo, dão a dimensão da perda, bem como as declarações de personalidades mundiais, muitas das quais compararam Jobs a ninguém menos que Leonardo Da Vinci e Thomas Edison. Para entender o fenômeno, recorremos a especialistas – da psicologia à economia, passando por cinema, design e até pela tecnologia, até porque quase tudo já foi dito sobre ele. Eles se rendem à excelência, à criatividade e ao carisma de Jobs, um homem que definitivamente se envolveu na humanidade. Vejam abaixo, cada profissional, em sua área o que achavam do Jobs.




Steve Jobs, um homem paradoxal
Steven Paul Jobs era um homem pacato. Budista, seguia desde muito jovem a linha zen. Era também um homem agressivo, capaz de demissões sumárias por motivos fúteis. Fez muita gente chorar por broncas duras. Foi um pai amoroso quase toda a vida mas se recusou a reconhecer a primeira filha em seus primeiros anos. Foi um homem ímpar, paradoxal, que marcou profundamente o mundo. Foi na pequena Palo Alto, Norte da Califórnia, que ele morou na última década e meia. É uma cidade de milionários onde vivem os fundadores de Google, Facebook e tantas outras empresas de alta tecnologia. Mas a casa de Jobs não parece com a de um milionário. Exposta à beira da rua, com um murinho baixo de tijolos vermelhos, janelas redondas, só parcialmente escondida por um jardim meio selvagem, onde plantou árvores, arbustos, cenouras e ervas para chá. Era vegetariano mas comia peixe cru. 


Steve Jobs revolucionou seis indústrias
O jornalista Walter Isaacson, autor da primeira biografia oficial de Steve Jobs – que será lançada no dia 24 de outubro (inclusive no Brasil) – escreveu um texto sobre sua relação com o fundador da Apple, morto na quarta-feira da semana passada. O texto foi originalmente publicado, em português, no blog da Companhia das Letras e estará na próxima edição da revista Time. Leia abaixo o texto na íntegra: A saga de Steve Jobs é o mito de criação da revolução digital em grande escala: o início de um negócio na garagem de seus pais e sua transformação na empresa mais valiosa do mundo. Embora não tenha inventado muitas coisas de cabo a rabo, Jobs era um mestre em combinar ideias, arte e tecnologia de uma maneira que por várias vezes inventou o futuro. Ele projetou o Mac depois de apreciar o poder das interfaces gráficas de uma forma que a Xerox não foi capaz de fazer, e criou o iPod depois de compreender a alegria de ter mil músicas em seu bolso de uma forma que a Sony, que tinha todos os ativos e a herança, jamais conseguiu fazer. Alguns líderes promovem inovações porque têm uma boa visão de conjunto. Outros o fazem dominando os detalhes. Jobs fez ambas as coisas, incansavelmente. 


A melhor coisa do mundo ou uma droga
Essa intensidade estimulou uma visão binária do mundo. Os colegas se referiam à dicotomia herói/cabeça de bagre; você era um ou o outro, às vezes no mesmo dia. O mesmo valia para produtos, ideias, até para a comida: As coisas ou eram “a melhor coisa do mundo” ou uma droga. Era capaz de provar dois abacates, indistinguíveis para os mortais comuns, e declarar que um deles era o melhor já colhido e o outro, intragável. Julgava-se um artista, o que incutiu nele a paixão por design. No início da década de 1980, quando estava construindo o primeiro Macintosh, não parava de exigir que o projeto fosse mais “amigável”, um conceito estranho aos engenheiros de hardware da época. Sua solução foi fazer o Mac evocar um rosto humano, e chegou a manter a faixa acima da tela fina para que não fosse uma cara de Neanderthal.

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