O spliceossoma é o responsável por retirar dos genes as partes que não façam sentido no código para depois “grudar”, uma na outra, as partes restantes, dando sentido ao gene
Redação Época
Filmar o trabalho do RNA (ácido ribonucleico) em nível molecular e ao vivo agora é uma realidade. Cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Massachusets desenvolveram um novo método que permite, pela primeira vez, filmar em tempo real as pequenas partículas de RNA realizando seu trabalho de transcrição - o copiar e colar de informações genéticas dentro do núcleo celular.
O estudo partiu de uma série de pesquisas desenvolvidas com o chamado spliceossoma. Ele é o responsável por retirar dos genes as partes que não façam sentido no código para depois “grudar”, uma na outra, as partes restantes, dando sentido ao gene e criando os mapas celulares finais para que se formem as proteínas.
Como cada splicing de RNA - o processo de “copiar e colar” - desenvolve um mapeamento celular diferente, os genes humanos conseguem codificar tipos diferentes de proteínas. A importância do processo é que, sem ele, os genes conteriam muito menos informação genética.
“Entender como essas micromáquinas funcionam dentro da célula é importante por inúmeras razões. Uma delas é aprofundar os estudos da biologia básica - o que nos faz sermos humanos”, explica Aaron Hoskins, co-autor do artigo científico em que foram divulgadas as descobertas.
Dada a complexidade do spliceossoma, até hoje não tinham sido realizados estudos conclusivos. “A única maneira de realmente entendê-lo era abrí-lo ao meio e olhá-lo por dentro”, afirma Melissa Moore, autora do estudo. Ao invés de fazer isso, os cientistas criaram um tipo de “câmera” que filma a atividade nesse nível molecular através de uma série de raios laser de cores diferentes, da técnica de microscopia fluorescente e de um método de colorir as proteínas, o que permitiu aos pesquisadores captarem, em tempo real, a transcrição acontecendo.
Analisando o spliceossoma de célular da levedura, Moore e sua equipe conseguiram descobrir que o caminho na composição celular é reversível - antes ele era considerado como uma espécie de “via de mão única”, mas na verdade “é uma via de mão dupla que leva a diversas ruas sem saída”.
Podendo ver tudo isso ao vivo, os cientistas agora têm mais ferramentas para entender um dos mais cruciais e obscuros processos genéticos, o splicing alternativo - processo em que o RNA se reconecta de diversas formas diferentes para criar os códigos de proteínas diferentes.
Para se ter uma ideia da importância, na cadeia genética humana, 95% dos genes participam nesse processo de splicing alternativo. “Essa pesquisa tem uma série de implicações para a biologia e para a medicina. O splicing é um processo tão dogmático na transferência de informação do DNA para o RNA para as proteínas que um estudo mais aprofundado disso pode levar a uma melhor compreensão de como e quando algumas partes desse processo falham”, afirmou Terence Flotte, reitor da Escola de Medicina da Universidade de Massachusets.
“É sempre importante quando um dos processos fundamentais da natureza é finalmente desvendado com clareza pela primeira vez”, disse Flotte
Redação Época
Filmar o trabalho do RNA (ácido ribonucleico) em nível molecular e ao vivo agora é uma realidade. Cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Massachusets desenvolveram um novo método que permite, pela primeira vez, filmar em tempo real as pequenas partículas de RNA realizando seu trabalho de transcrição - o copiar e colar de informações genéticas dentro do núcleo celular.
O estudo partiu de uma série de pesquisas desenvolvidas com o chamado spliceossoma. Ele é o responsável por retirar dos genes as partes que não façam sentido no código para depois “grudar”, uma na outra, as partes restantes, dando sentido ao gene e criando os mapas celulares finais para que se formem as proteínas.
Como cada splicing de RNA - o processo de “copiar e colar” - desenvolve um mapeamento celular diferente, os genes humanos conseguem codificar tipos diferentes de proteínas. A importância do processo é que, sem ele, os genes conteriam muito menos informação genética.
“Entender como essas micromáquinas funcionam dentro da célula é importante por inúmeras razões. Uma delas é aprofundar os estudos da biologia básica - o que nos faz sermos humanos”, explica Aaron Hoskins, co-autor do artigo científico em que foram divulgadas as descobertas.
Dada a complexidade do spliceossoma, até hoje não tinham sido realizados estudos conclusivos. “A única maneira de realmente entendê-lo era abrí-lo ao meio e olhá-lo por dentro”, afirma Melissa Moore, autora do estudo. Ao invés de fazer isso, os cientistas criaram um tipo de “câmera” que filma a atividade nesse nível molecular através de uma série de raios laser de cores diferentes, da técnica de microscopia fluorescente e de um método de colorir as proteínas, o que permitiu aos pesquisadores captarem, em tempo real, a transcrição acontecendo.
Analisando o spliceossoma de célular da levedura, Moore e sua equipe conseguiram descobrir que o caminho na composição celular é reversível - antes ele era considerado como uma espécie de “via de mão única”, mas na verdade “é uma via de mão dupla que leva a diversas ruas sem saída”.
Podendo ver tudo isso ao vivo, os cientistas agora têm mais ferramentas para entender um dos mais cruciais e obscuros processos genéticos, o splicing alternativo - processo em que o RNA se reconecta de diversas formas diferentes para criar os códigos de proteínas diferentes.
Para se ter uma ideia da importância, na cadeia genética humana, 95% dos genes participam nesse processo de splicing alternativo. “Essa pesquisa tem uma série de implicações para a biologia e para a medicina. O splicing é um processo tão dogmático na transferência de informação do DNA para o RNA para as proteínas que um estudo mais aprofundado disso pode levar a uma melhor compreensão de como e quando algumas partes desse processo falham”, afirmou Terence Flotte, reitor da Escola de Medicina da Universidade de Massachusets.
“É sempre importante quando um dos processos fundamentais da natureza é finalmente desvendado com clareza pela primeira vez”, disse Flotte
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