LONDRES (AP) Monstros sensuais são uma especialidade de Konathan Rhys Meyers. Em The Tudors, o ator irlandês interpretou o rei Henrique VIII, um déspota atraente que executava esposas e inimigos na Inglaterra do século XVI.
Agora Rhys Meyers está de volta na nova série Drácula, da NBC, na qual vive o famosa vampiro criado por Bram Stoker. Apesar de ser mais uma grande produção, o ator hesitou quando lhe ofereceram o papel. Ele queria tentar algo mais normal.
Eu esperava interpretar um a policial genérico ou algo assim, com uma esposa advogada, disse.
É fácil entender porque os produtores de Drácula escolheram o ator de 36 anos para o papel. Mesmo vestido com jeans, jaqueta e botas, ele é uma presença marcante, com seu olhar penetrante. Os vampiros modernos, ele reconhece enquanto come um sanduíche perto de sua casa em Londres, são uma combinação irresistível do repulsivo e do atraente.
Se todos os vampiros em todos os filmes tivessem sido feitos como Klaus Kinski em Nosferatu, ninguém se interessaria pelo tema, afirma. Assim que eles fizeram os vampiros com boa aparência, aí sim.
Em Drácula, o imortal conde romeno se disfarça de Alexander Grayson, um impertinente industrial americano que surge na alta sociedade de Londres em 1895, buscando vingança de uma ordem secreta chamada Ordem do Dragão. Os planos cuidadosamente preparados são ameaçados quando ele encontra Mina, uma estudante de medicina que lembra sua esposa perdida séculos antes.
Apesar de suas dúvidas iniciais, Rhys Meyers está entusiasmado com o programa, do qual também é um produtor. Ele diz que exigiu que seu Drácula não tivesse morcegos, teias de aranha e sotaque da Transilvânia.
Eu queria que ele parecesse mais um Howard Hughes ou um Cidadão Kane do que o Drrrrrácula, brinca, forçando o r no estilo Bela Lugosi. Disse que de jeito nenhum eu faria uma Drrrácula, ficaria parecendo um vilão ruim de filme do James Bond.
Mas os fãs de filmes de terror não precisam se preocupar, há sangue de sobra. Drácula se alimenta com luxúria e só morde mulheres. Os homens são despachados com uma espada.
Eu não queria muitas cenas dele mordendo o pescoço das pessoas, explica Rhys Meyers. Isso fica tedioso. Nada de morcegos, nada de alho. Fiquei hesitante até mesmo em relação aos crucifixos.
Em vez de enfatizar o sobrenatural, a série conjura um mundo muito material de barões do petróleo, desigualdade social e rápidos avanços na tecnologia. A visão vitoriana de Londres filmada em Budapeste tem um clima industrial, steam-punk.
Nós queríamos fazer algo diferente, que levasse para aquela época um pouco de nossas lutas atuais: política, dinheiro, petróleo, diz o ator. Não queria fazer um drama de época que fosse datado.
Rhys Meyers começou a atuar aos 15 anos, quando foi expulso da escola, e se tornou conhecido após interpretar um carismático roqueiro em Velvet goldmine, de 1998. Teve grandes papéis foi indicado ao Emmy em 2005 pela minissérie Elvis , mas também já lutou contra o álcool, passou por reabilitação e foi parar no noticiário por causa de brigas em aeroportos.
A série The Tudors lhe rendeu milhões de fãs, mas ele é sincero quanto ao lado superficial do programa principalmente a grande diferença entre o ator esbelto e o monarca corpulento.
Nas duas primeiras temporadas, não me importei. A partir da terceira e da quarta foi ficando mais difícil, pois eu não conseguiria ganhar o peso necessário nem se comece 150 milhões de pratos de massa por semana, relembra. Eu tinha 32 anos enquanto interpretava ele com 54. Então era um pouco difícil... Eu teria aceitado sem problemas abrir mão do personagem para um ator mais velho.
Na nova série, os inimigos de Drácula são capitalistas cruéis do império britânico. Os espectadores podem se perguntar se o vampiro, um estrangeiro que chega para corrigir antigas injustiças, é o verdadeiro herói. Não é, diz Rhys Meyers. Ele é um monstro amaldiçoado.
Ele precisa perder. Isso é o que mais me atrai. Ele é um monstro no pior lugar possível um mundo de humanos. E nós sabemos do que os homens são capazes.
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