sexta-feira, setembro 03, 2010

Ira


Na rusga da dor intensa que invade o trôpego coração
Acelera desentupindo as artérias do medo
Torcendo as fibras cristalizadas
Desferindo contra o peito seu pulso violento
O germe acorda e evoca poder
Desabrocha suas rubras pétalas
Vocifera a desordem
Intoxica o invólucro da medula
A carne treme consternada
As garras gestam um desejo crescente
A saliva envenenada corrompe a palavra
As lágrimas ácidas rompem trincheiras amargas
O olhar explode em mil cores quentes e viscosas
Sentidos vermelhos e brilhantes de cólera...
Como o reflexo da adaga sob a sanguínea lua.
Nua, a alma aprisionada se angustia
Debate-se entre paredes do casulo da raiva
Verme faminto é a ira que anima o ego pútrido
É a imagem vislumbrada pelos olhos cristalinos da consciência
A faísca é um sinal!
A catarse o final!
Observo-me...

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