A reencarnação está patente nos textos
originais. A partir da criação do homem, no Gênese. Daí para frente você vai
encontrando referências claras de reencarnação pela Bíblia. São provas claras
de que a reencarnação fazia parte do cristianismo, até ser ‘‘apagado’’ pelo
Concílio de Constantinopla, algo que os estudiosos católicos negam até hoje,
mas que está registrado historicamente. Isso seguiu até o famoso Concílio de
Constantinopla, no ano de 553 da nossa era, que apresentava duas correntes: a
corrente monofítica e a originista, que defendia a reencarnação, um princípio
que já estava arraigado à Igreja.
A rainha Teodósia de Constantinopla teve
muita influência nesse Concílio, hospedando os monofisistas, pois era contra a
reencarnação, uma vez que era muito devasta e tinha sido prostituta. As
prostitutas de Constantinopla se orgulhavam em dizer que eram amigas da rainha,
então ela mandou matar todas as quinhentas prostitutas. A partir daí, o povo
passou a dizer que ela reencarnaria quinhentas vezes e, para não reencarnar,
ela influenciou o Concílio, que assim foi muito tumultuado. Até mesmo o Papa
foi excomungado e depois perdoado. A partir daí, a Igreja determinou que todo
aquele que fosse a favor da doutrina de reencarnação seria anátema ou condenado.
Portanto, essa foi a origem. Mesmo assim, você encontra no meio católico
pessoas que aceitam a reencarnação. A Igreja Católica voltará a aceitar os
conceitos da reencarnação. É só uma questão de tempo.
As raízes de todas as distorções estão nas
traduções gregas. Por exemplo, quando você começa a estudar a Torah, que é uma
palavra hebraica que significa ensinamento ou revelação divina. Quando você
chega no grego, eles não chamam de revelação e sim de nomos, que significa Lei.
Eles transformaram o que era uma revelação para uma Lei. E a conseqüência disso
é que Lei é um princípio que regulamenta, proíbe e delimita. Enquanto o
ensinamento é ao contrário, ele liberta. Não sei qual foi a intenção deles
(gregos), mas eles foram os grandes mentores de todo o desvio entre o hebraico
e as traduções em espanhol, inglês e português.
O V Concílio Ecumênico de Constantinopla
II (553)
A Igreja teve alguns concílios tumultuados. Mas parece que
o V Concílio de Constantinopla II (553) bateu o recorde em matéria de
desordem e mesmo de desrespeito aos bispos e ao próprio Papa Vigílio, papa
da época.
O imperador Justiniano tem seus méritos, inclusive o de ter
construído, em 552, a
famosa Igreja de Santa Sofia, obra-prima da arte bizantina, hoje uma
mesquita muçulmana.
Era um teólogo que queria saber mais que teologia do que o
papa. Sua mulher, a imperatriz Teodora, foi uma cortesã e se imiscuía nos
assuntos do governo do seu marido, e até nos de teologia.
Contam alguns autores que, por ter sido ela uma prostituta,
isso era motivo de muito orgulho por parte das suas ex-colegas. Ela
sentia, por sua vez, uma grande revolta contra o fato de suas ex-colegas
ficarem decantando tal honra, que, para Teodora, se constituía em
desonra.
Para acabar com esta história, mandou eliminar todas as
prostitutas da região de Constantinopla – cerca de quinhentas.
Como o povo naquela época era reencarnacionista, apesar de
ser em sua maioria cristão, passou a chamá-la de assassina, e a dizer que
deveria ser assassinada, em vidas futuras, quinhentas vezes; que era seu
carma por ter mandado assassinar as suas ex-colegas prostitutas.
O certo é que Teodora passou a odiar a doutrina da
reencarnação. Como mandava e desmandava em meio mundo através de seu
marido, resolveu partir para uma perseguição, sem tréguas contra essa
doutrina e contra o seu maior defensor entre os cristãos, Orígenes, cuja
fama de sábio era motivo de orgulho dos seguidores do cristianismo, apesar de
ele ter vivido quase três séculos antes.
Como a doutrina da reencarnação pressupõe a da
preexistência do espírito, Justiniano e Teodora partiram, primeiro, para
desestruturar a da preexistência, com o que estariam, automaticamente,
desestruturando a da reencarnação.
Em 543, Justiniano publicou um édito, em que expunha e
condenava as principais ideias de Orígenes, sendo uma delas a da
preexistência.
Acho bastante interessante este post
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