Hoje em dia pessoas, de todo o mundo, dedicam-se ao Origami, de várias formas. Tanto no desenvolvimento de figuras cada vez mais complexas, como no estudo matemático das várias dobras. Os japoneses utilizam, actualmente, esta forma de arte no seu Projecto Espacial.
Depois da destruição de Hiroshima em 1945, surgiram muitas doenças entre os sobreviventes. Uma das vítimas, Sadako Sassaki, com dois anos no dia da explosão, começou a sentir os efeitos da Bomba Atómica aos 12 anos, sendo-lhe diagnóstico Leucemia.
Quando Sadako estava no hospital, um amigo levou-lhe alguns papéis coloridos e dobrou um pássaro (TSURU). Disse-lhe que esse pássaro é sagrado no Japão, que vive mil anos e tem o poder de conceder desejos. E que se uma pessoa dobrar mil Tsurus e fizer o seu pedido a cada um deles, este será atendido.
Sadako começou a dobrar Tsurus e a pedir para se curar, porém a sua doença agravava-se a cada dia. A menina começou, então, a pedir pela Paz Mundial. Sadako dobrou 964 Tsurus até 25 de Outubro de 1955, data em que morreu. Os seus amigos dobraram os restantes Tsurus a tempo do seu funeral. Mas eles queriam mais, desejavam pedir por todas as crianças que estavam a morrer, em consequência da explosão da Bomba Atómica. Os amigos de Sadako formaram um clube e começaram a angariar dinheiro para um monumento. Contribuíram estudantes de mais de 3000 escolas do Japão e de 9 outros países. Em 5 de Maio de 1958 inauguraram o Monumento da Paz das Crianças, no Parque da Paz de Hiroshima.
Todos os anos no Dia da Paz, seis de Agosto, são enviados Tsurus de papel, provenientes de todo o mundo, para o Parque. As crianças desejam espalhar pelo mundo a mensagem esculpida na base do monumento de Sadako:
Este é o nosso Grito
Esta é a nossa oração:
Paz no Mundo
Todos nós já dobrámos uma folha de papel, no entanto são poucos os que dobram intencionalmente com o intuito de estudar ideias matemáticas implícitas. A dobragem de papel é uma actividade que é tanto recreativa como educacional. Recorrendo a materiais simples, como papel A4, revistas, papel de embrulho, papel de lustro podemos de uma forma divertida aprender Matemática.
A arte de dobrar papel ajuda os alunos a aprender e a comunicar Matemática. É fácil de aprender e simples de usar.
As actividades geométricas são um excelente meio para desenvolver a comunicação matemática. Por exemplo quando um aluno tem que descrever a figura que obteve, após concretizar determinadas dobras, para que o colega a possa construir, também está a fazer uso desta capacidade.
Dobrando e desdobrando podemos observar por meio dos vincos formados rectas, ângulos, simetrias e figuras geométricas. Podemos reconhecer e analisar propriedades de figuras geométricas, utilizar a visualização e o raciocínio espacial. Explorar os conceitos de tamanho, forma e medida, incentivar a escrita matemática e motivar os alunos para a disciplina.
As dobragens praticadas em grupo permitem o debate de ideias, o esclarecimento de conceitos e o desenvolvimento de estratégias individuais e colectivas. São estas actividades de aprendizagem que rentabilizam a autonomia e a responsabilização do aluno. Além disso, permitem o desenvolvimento da criatividade, da concentração e persistência, capacidades fundamentais para se ser matematicamente competente.
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