Ainda me lembro da primeira vez que vi Nicolas Cage nas telas. Eu era adolescente. Foi no adorável filme Birdy (Asas da Liberdade), de 1984. Ele fazia o papel de um veterano do Vietnã que tentava ajudar seu melhor amigo de infância (traumatizado pela guerra) a entender que não era um passarinho. É um filme lindo, com flashbacks da amizade dos dois. O grande ator do filme é Matthew Modine, que faz o doido. Mas foi ali que vi Cage pela primeira vez.
Tá, eu sei que um ano antes ele tinha feito o mega cult O Selvagem da Motocicleta, filme que eu adoro, e algumas outras produções, como coadjuvante. Mas… eu não lembro direito. Na minha vida, Birdy foi o debut do ator.
Mas até aí eu ainda não havia me apaixonado por ele.
Isso aconteceu depois, quando Cage fez, quase ao mesmo tempo,Feitiço da Lua, ao lado de Cher, e Peggy Sue – Seu passado a espera, com a linda Kathleen Turner. No primeiro, ele era um jovem padeiro descendente de italianos que não tinha uma das mãos. Usava uma prótese de madeira. E se apaixonava pela noiva do irmão mais velha – também madura pra ele. No segundo, era o ex-marido/namorado da protagonista de meia-idade, que faz uma viagem no tempo para tentar consertar sua vida. Além de atuar, ele cantava. E cantava bem.
Quase todo mundo sabe: Cage é sobrinho do poderoso Francis Ford Coppola. Mas nunca quis usar o nome da família. Adotou o sobrenome de um heroi dos quadrinhos que ele admirava (Luke Cage, da Marvel). Queria vencer pelo talento – e conseguiu.
Depois que ele se firmou, vieram outros filmes ótimos: Arizona Nunca Mais. Coração Selvagem.Lua de mel em Vegas. Atraídos pelo destino (com Bridget Fonda – onde é que ela se meteu???). Fazia muitas comédias, mas, em 1995, acabou ganhando o Oscar com o drama Despedida em Las Vegas, no papel de um suicida. Com o carimbo do Oscar – e mais um monte de indicações de prêmios – ele começou a se meter em mais e mais produções. Às vezes estava em mais de um filme por ano. Fez O Rochedo, Cidade dos Anjos, A Outra Face (com John Travolta, os dois maravilhosos), 8 Milímetros, Um Homem de Família (já vi 175 vezes) e o sensacional Adaptação, entre outros. Como ele conseguia ser bom em tudo?
Em 2004, estrelou A Lenda do Tesouro Perdido. Bem…não gostei de vê-lo saradão nesse blockbuster bobinho. Mas, no ano seguinte ele se salvou com o lindo O Sol da Manhã e o excelente O Senhor das Armas.
OK, o tempo passou. Mas os bons atores resistem ao tempo. Ou deveriam. Alguns até melhoram com o tempo – como Clint Eastwood. Cage não merecia este destino. Dizem que teve problemas com o fisco, com ex-mulheres, etc. Justifica? Talvez.
Tudo é questão de gosto, claro. Mas pelo menos Nicolas Cage nunca usou tanto pó-de-arroz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ficarei feliz em saber sua opinião