O sistema nervoso autônomo é formado por dois ramos nervosos situados ao lado da coluna vertebral, os gânglios; um
conjunto de nervos que liga os gânglios nervosos aos diversos órgãos e
um conjunto de nervos comunicantes que ligam os gânglios aos nervos
raquidianos, fazendo com que o sistema autônomo não seja totalmente
independente do sistema nervoso cefalorraquidiano.
Esse
sistema participa do controle funcional de diversos órgãos, como
peristaltismo do intestino, a contração do músculo cardíaco, as
secreções do músculo cardíaco, as secreções dos órgãos do sistema
digestivo e outras atividades involuntárias.
O
sistema nervoso autônomo é dividido em sistema simpático e sistema
parassimpático, que apresentam ação antagônica sobre os órgãos que
enervam.
Uma das principais diferenças entre os
nervos simpáticos e parassimpáticos é que as fibras pós-ganglionares dos
dois sistemas normalmente secretam diferentes hormônios.
O hormônio secretado pelos neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso parassimpático é a acetilcolina, razão pela qual esses neurônios são chamados colinérgicos.
Os neurônios pós-ganglionares do sistema nervoso simpático secretam principalmente noradrenalina, razão por que a maioria deles é chamada neurônios adrenérgicos.
A acetilcolina e a noradrenalina têm a capacidade de excitar alguns órgãos e inibir outros, de maneira antagônica.
As ações do Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático:
Olhos:
O
sistema simpático dilata as pupilas, permitindo a entrada de maiores
quantidades de luz no globo ocular, enquanto o sistema parassimpático
faz com que contraia o que diminui a quantidade de luz que penetra em
seu interior.
Assim, em ambientes mal
iluminados, por ação do sistema nervoso simpático, o diâmetro da pupila
aumenta. Em locais muito claros, a ação do sistema nervoso
parassimpático acarreta diminuição do diâmetro da pupila. Esse mecanismo
evita o ofuscamento e impede que a luz em excesso lese as delicadas
células fotossensíveis da retina.
As fibras parassimpáticas controlam o músculo ciliar que focaliza o cristalino para a visão de perto.
Sistema respiratório:
Os
brônquios são dilatados pela estimulação simpática, porém o sistema
simpático provoca uma vasoconstrição muito moderada sobre os vasos
sanguíneos do pulmão. Alem disso a estimulação simpática permite o
alargamento das vias respiratórias.
Enquanto que o
parassimpático faz a constrição dos brônquios, com isso o estreitamento
das vias respiratórias. Não possui ação sobre os vasos sanguineos do
pulmão.
Sistema digestório:
A
secreção dos sucos digestivos por algumas das glândulas do tubo
gastrintestinal é controlada, em sua maior parte, pelas fibras
parassimpáticas, enquanto as fibras simpáticas têm efeito muito diminuto
sobre a maioria dessas glândulas.
As glândulas gástricas do estomago são normalmente quase que controladas de modo total pelas fibras parassimpáticas.
Por
outro lado, as glândulas do intestino são controladas apenas
parcialmente pelo parassimpático, e, em sua maior parte, por fatores
locais, produzidos no próprio intestino.
A
estimulação parassimpática estimula o peristaltismo, ao mesmo tempo, que
diminui o tônus dos esfíncteres gastrintestinais. O peristaltismo
propele o alimento para diante, enquanto que os esfíncteres aberto
permitem a fácil passagem desse alimento.
A estimulação simpática inibe o peristaltismo ao mesmo tempo que provoca a contração dos esfíncteres.
Fígado:
A
estimulação simpática provoca a rápida degradação do glicogênio, com a
formação de glicose no fígado, acompanhada pela liberação dessa glicose
para o sangue. Essa glicose sanguinea aumentada representa suprimento de
nutrientes disponíveis a curto prazo, para as células dos tecidos, o
que é muito útil, durante o exercício.
Pâncreas:
A estimulação simpática realiza a inibição da secreção de enzimas digestivas e insulina. Estimulando a produção de glucagon.
A estimulação parassimpática age na secreção de enzimas digestivas e insulina, inibindo o glucagon.
Glândulas salivares:
As
glândulas salivares da boca, assim como as glândulas gástricas do
estomago, são normalmente controladas, quase de modo total, pelas fibras
parassimpáticas.
Glândulas sudoríparas:
As
glândulas sudoríparas são estimuladas por fibras do sistema nervoso
simpático. Entretanto, essas fibras são diferentes das fibras simpáticas
em geral, por serem predominantemente colinérgicas. Também, são
estimuladas por centros encefálicos que, normalmente controlam o sistema
parassimpático e não pelos centros que controlam o simpático. Apesar do
fato de que as fibras que inervam as glândulas sudoríparas serem
anatomicamente simpáticas, elas podem ser consideradas, em termo
funcional, parassimpáticas.
Coração:
A
estimulação do sistema nervoso simpático aumenta a atividade cardíaca,
algumas vezes chegando a aumentar a freqüência cardíaca de até três
vezes e a força de sua contração de duas vezes.
Por
outro lado, a estimulação parassimpática diminui a atividade cardíaca. A
estimulação forte do nervo vago para o coração pode fazer com que o
coração chegue a parar por ate alguns segundos.
Circulação periférica:
A
mais importante função do sistema simpático a de controlar os vasos
sanguineos de todo o corpo. A maior parte desses vasos sanguineos
contrai-se pela estimulação simpática, embora alguns como os vasos
coronarianos se dilatem. Pelo controle dos vasos sanguineos periféricos,
o sistema nervoso simpático é capaz de regular por curtos períodos de
tempo, o debito cardíaco e a pressão arterial, a constrição das veias e
dos reservatórios venosos aumenta o debito cardíaco, e a constrição das
arteríolas aumenta a resistência periférica, o que eleva a pressão
arterial.
O parassimpático quando atua sobre os
vasos, os faz dilatar na maioria dos casos, mas seu efeito é tão
minúsculo e ocorre em áreas tão restritas do corpo.
Órgãos sexuais:
O
sistema nervoso autônomo também controla os atos sexuais nos dois
sexos. No masculino, o parassimpático produz a ereção, e o simpático, a
ejaculação.
No sexo feminino, o parassimpático
produz a ereção de todos os tecidos eréteis em torno do intróito
vaginal, o que faz com que fique estreito e secrete grande quantidade de
muco, o que facilita o ato sexual.
O efeito do
simpático sobre a função sexual feminina não é bem conhecido, mas
acredita-se que esses nervos possam produzir o peristaltismo uterino
invertido, durante o orgasmo feminino.
Quanto ao
útero, a estimulação simpática inibe a contração em mulheres não
grávidas, e estimula em mulheres grávidas. E o parassimpático não possui
efeito sobre esse órgão.
Músculos:
No músculo estriado cardíaco, a estimulação simpática aumenta sua atividade, enquanto que o parassimpático diminui.
No músculo circular da Iris, o parassimpático faz a contração, miose, e favorece a drenagem do humor aquoso.
No músculo ciliar, o parassimpático faz a contração, diminui a tensão dos ligamentos, adapta a visão para perto.
Músculo liso dos brônquios, o parassimpático faz a contração
Nos músculos esqueléticos, a atuação cabe ao sistema nervoso simpático.
Durante
uma atividade física, o metabolismo muscular aumentado exerce o efeito
local de dilatar os vasos sanguineos dos músculos, porem ao mesmo tempo,
o sistema simpático fica ativado, produzindo a contração dos vasos
sanguineos na maior parte do corpo. Essa vasodilatação local nos
músculos permite o fluxo sanguineo sem impedimento, enquanto a
vasoconstrição diminui quase todos os outros fluxos sanguineos
regionais, com exceção do coração e cérebro. Assim, o sistema simpático
favorece o desvio do fluxo de sangue pelos vasos dos músculos em
atividade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ficarei feliz em saber sua opinião