Sou do tipo calada, sempre fui desde criança. Para ouvirem minha voz era um custo. Nem na sala de aula ouvia-me. Sempre vivi envolta de meus pensamentos, pensamentos que eu tinha não sabia que eram além do resto à minha volta.
Posso bem dizer que li mais de mil livros e nunca consegui repetir uma leitura. Tantos contos, tantas imaginações. Conheci o mundo, costumes e tipos de vidas que me ganharam ao me ver perdida no meio das letras.
Quando me permiti a falar, percebi que as pessoas me ouviam. Eu ainda não tinha ideia do motivo de me dizerem inteligente. Eu achava que todo mundo sabia o mesmo tanto ou mais do que eu. Me abestalhei ao saber que tem gente que nunca quis saber das coisas.
Sou do tipo que falo direto na cara, sem medo. Sou do tipo que tenho argumentos e o que a vida me ensinou foi a sempre ouvir os outros. Nunca se nega a palavra a alguém. você pode não concordar, com o que há de ser dito, mas todos precisam ser ouvidos. Já vi gente velha com olhar perdido naquele lugar do passado em direção a nada na linha do horizonte, refletindo em palavras que deixaram de ser ditas, ou em outras mal ditas. Já vi gente se arrependendo, gente morrendo e voltando à vida por causa de uma palavra.
Eis que me vejo aqui afinal, para dizer que cada um erra o erro que tinha que errar para aprender a se consertar. Mas tem gente ainda que não se permite seguir a vida e ficam perseguindo outras. Perseguição é crime em toda parte do mundo social, e também psicose. Tem gente que ama odiando amar o ser odiado. Quer machucar como foi machucado, mas ninguém é igual a ninguém. As reações são diversas.
A vida segue. A vida é sincera. E tudo que se faz volta, igual à bola jogada contra a parede, ela depende da força exercida contra ela.
Essa coisa de denegrir o outro por aí depende muito do ponto de vista. Tem gente que acha isso legal, porque está acostumado a este tipo de coisa. É o único jeito que conhece para atingir alguém. E o suposto atingido, foi mesmo atingido? E se não fez efeito a revanche? Como se sente o ser julgador? Será que ele detém mesmo de poder para julgar, acusar e absolver? Talvez seja apenas o filho de uma mãe mesquinha, problemática e vítima da síndrome de Édipo. Todo filho assim odeia o pai. Xinga a mãe porque se identifica com ela, e nem se deu conta.
Nunca tive medo de me expor. Nem ligo. Fui lida. Pensa? Uma existência sem relatos! Que triste! Uma vida sem amarguras, depressões, alegrias, angústias, sofrimentos, acasos, aplausos, inimizades, amizades sinceras ou não. Sempre quis ter diários. Tenho vários durante minha adolescência, daí descobri os blogs. Irei continuar a escrever o que sinto, o que leio, o que busco aqui e ali. Não tenho medo de exposição. Já tive muitas vidas numa vida encarnada e inúmeras outras na espiritual.
Por Cleo Resende
Pois é minha amiga...estou lendo agora e só tenho a dizer, diante do que tenho visto, e acompanhando comentários em páginas que curto, que pessoas como você e como tantas outras que não tem o tal "medo/receio" de falar o que sentem ...Perturba! A tal ponto que leio tantas palavras de preconceito, palavras tão radicais que me fazem muito mal e fico pensando...o quanto não fazem a essas pessoas...mas no fundo nada que digam, podem impedir a palavra, um pensamento, um questionamento...porque deve ser assim!!! Não se cale nunca, não se calem...vozes mesmo que escritas marcam pessoas covardes e tão insignificantes que não vale a pena, a perda de tempo de escrever só para elas...
ResponderExcluirContinua...