Por Letícia Barbano
Você já parou para pensar como surgiu a moda? Como foi sua evolução? Quais fatores influenciaram-na para estar onde está hoje, com estes conceitos?
Na Bíblia, em Gênesis, capitulo 3, versículo 7, podemos perceber a necessidade de algo para esconder os órgãos sexuais de Adão e Eva: “Então abriram-se os olhos dos dois, e eles perceberam que estavam nus. Entrelaçaram folhas de figueira e fizeram tangas”. Eis o inicio do uso de vestimentas.
Pré-História e Antiguidade
Na era nômade, podemos dizer que a necessidade humana de cobrir o corpo foi por caráter de adorno e por caráter de proteção.De adorno, pois foi uma forma de impor-se na sociedade primitiva ao exibir dentes e garras de ferozes animais.De proteção, afinal, o uso de peles das caças era extremamente útil para sobreviver às agressões externas e às intempéries, como o frio.
Após a sedentarização, o homem passou a explorar o solo e, como conseqüência, houve o favorecimento da Indumentária, visto que o vegetal linho lhe proporcionou a técnica de feltragem e, posteriormente, a tecelagem.O uso de franjas, conchas, sementes, pedras coloridas, garras e dentes de animais passou a ser enfeite e dar acabamento às peças primárias.
Foi por volta de 3500 a.C. que o tipo de vestimenta passou a ser símbolo de status e diferenciadores sociais.No Egito antigo, por exemplo, na dignidade faraônica era o comum o uso do claft (pedaço de tecido amarrado sobre a cabeça, cujas laterais emolduravam a face); perucas (por questões higiênicas da época); roupas (as pessoas das classes menos favorecidas materialmente, muitas vezes, andavam nuas); adornos (brincos, braceletes, colares e o famoso “peitoral” de puro ouro) e sandálias de dedo.
Com algumas exceções, nessa época ainda era um tanto difícil distinguir vestimentas femininas de vestimentas masculinas.Na Grécia (Antiguidade Clássica), um retângulo de tecido era suficiente para a criação da peça mais característica de sua indumentária: o quíton, feito de lã ou linho e usado por ambos os sexos. As mulheres completavam o visual com jóias e o peplo (manto). Já os homens usavam a clâmide (capa militar) e o himation (roupa civil).
Idade Média
Nessa época houve uma maior exploração do luxo na moda. Em Bizâncio houve a produção de seda – monopólio do governo. Este suntuoso tecido era bordado com fios de ouro e prata, pérolas e pedras preciosas e era de uso exclusivo da família imperial.
A indumentária na Alta Idade Média em quase nada se diferenciava para os dois sexos. A partir da Baixa Idade Média ela começou a ganhar distinção: as roupas masculinas encurtaram ao passo que as femininas permaneceram longas.
No século XV surgiu o conceito de moda: nobres residentes de Borgonha (atual parte do território francês) começaram a se incomodar com as copias de suas roupas feitas pelos burgueses (classe social endinheirada que surgiu com as Cruzadas). Os nobres resolveram diferenciar, cada vez mais, suas roupas daquelas copiadas, criando assim um ciclo de criação e cópia.
Idade Moderna
Época de grande desenvolvimento da industria têxtil. Cidades italianas foram responsáveis pela elaboração de tecidos de primeira qualidade (brocados, veludos, cetins e sedas), requinte este refletido nas roupas da época. Exploração do luxo e do volume em roupas, digamos, exagerados.Podemos citar o Renascimento, o Barroco e o Rococó, este ultimo extremamente exagerado em detalhes e portador de uma leveza e delicadeza indiscutíveis!
Idade Contemporânea
Entre muitas revoluções, a moda nesta época passou a buscar o conforto. Nada de corpetes, perucas, volumes excessivos ou tecidos bordados: As roupas passaram a ser práticas, de gosto que remetia à natureza.
Os primeiros pólos já ditavam moda: Paris impunha regras femininas e Londres, masculinas.
Nos século XIX, houve o retorno da cintura marcada e de saias volumosas, com armações. Ao final deste século a cintura marcada por espartilhos permaneceu, porém houve a substituição de volumas nas saias por caudas com detalhes e bordados, evidenciando o glamour da época.
Entre os séculos XIX e XX muitas mudanças aconteceram,tal como a criação da Câmara de Alta Costura, em 1850, na França, por Charles Frederick Worth; a fixação da moda masculina (calças, camisas e paletós); adaptações e ajustes na moda feminina e a criação de uma moda própria para crianças, antes cópia em miniatura da moda adulta.
A Moda Hoje
A partir do inicio do século XIX, revoluções e mudanças nos aspectos políticos, econômicos e culturais influenciaram drasticamente a moda, de modo a fixar a diferença entre classes sociais pela vestimenta.
Estilistas começaram a inovar conceitos e a fazer releitura de peças.
As roupas, antes sob-medida, passaram a serem feitas em escala industrial, com qualidade e numeração variada de um mesmo modelo, ou seja, surgimento do “ready-to-wear” ou “prêt-à-porter”.
Movimentos e manifestações (tais como seus grupos) difundiram estilos.
A influência de ícones e artistas populares, tais como os de Hollywood, e o acelerado avanço tecnológico propiciaram um acentuado enraizamento na moda na atual sociedade.
Estamos no século XXI, época m que a “moda” pode ser copiada, pode ser criada, pode ser customizada ou pode ser resgatada. Época em que há fatores influentes, mas não há o “certo” nem o errado”. Estamos no século XXI, século da moda democrática! E, graças a Deus, não somos “obrigados” a usar espartilho nem saias com armações. Usamos o que nos faz bem! E isso já é um grande avanço do universo fashion...
Meus posts são bem atemporais.
ResponderExcluirEste aqui sobre a moda está bem acessado na última semana.
De qualquer forma espero ter ajudado de alguma forma.